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Cana-de-açúcar

Chuvas de 2015 obrigam usinas a prolongar moagem na região
Publicado em 05/01/2016 às 10h09
O regime de chuvas em 2015 prolongou o período de moagem de usinas sucroalcooleiras da região. O processamento de cana-de-açúcar que normalmente segue até meados de novembro, se estendeu até final de dezembro, na maioria das unidades produtoras.

Pelo menos cinco plantas da região estenderão as operações até o próximo mês, sendo que três delas planejam emendar as safras 2015/2016 e 2016/2017. Antes da safra atual, a temporada 2008/2009 foi chamada de a mais longa da história na região. Na época, cinco usinas locais continuaram a moer na virada de 2008 para o ano seguinte.

As cinco empresas que informaram os números totais da safra atual estimam superar, juntas, em 1,472 milhão de toneladas a produção, ante a temporada anterior. Elas devem somar 9,321 milhões de toneladas de cana esmagada, contra 7,849 milhões de toneladas do ano agrícola passado. Isso porque a mesma chuva que obrigou parte da agroindústria a adiar o fim da moagem beneficiou a lavoura. No ano retrasado, a produção do Centro-Sul foi castigada pela estiagem prolongada.


Sem entressafra

Funcionários da usina Diana, localizada em Avanhandava, não terão entressafra, segundo o diretor industrial João Roberto Amaral. "É a primeira vez que isso acontece na unidade". Até março deste ano, a expectativa da unidade é moer 1,5 milhão/t, das quais 1,212 milhão já foi esmagada. O volume estimado representa alta de 36% na comparação com o 1,1 milhão de toneladas da safra anterior.

A produtividade dos canaviais em 2015 teve uma recuperação em relação a 2014, devido à melhora climática. Para processar toda a cana disponível, a equipe da Diana irá alternar o uso das moendas, permitindo uma pausa para manutenção das estruturas industriais de tempo em tempo. Aproximadamente 210 pessoas trabalham na área industrial, segundo Amaral.

A Renuka do Brasil também irá emendar a moagem da safra em suas unidades Revati (em Brejo Alegre) e Madhu (Promissão), como confirmou o diretor comercial da empresa, Ricardo Aquino. "Nossa intenção é continuar moendo ininterruptamente até março para colher o máximo possível de cana de fornecedores".

Segundo o diretor jurídico do grupo, Tony Rivera, a decisão de continuar a moagem foi motivada pelo fato de a empresa, além de cortar a própria cana, usa a de terceiros e a Renuka preferiu não deixar o cultivo disponível passar de um ano para o outro sem colheita, evitando prejuízos para si e para os fornecedores, além de gerar caixa.


Próximo mês

A Figueira, unidade do grupo Nova Aralco, instalada em Buritama, teve sua safra estendida até fevereiro. "De acordo com nossas análises, no decorrer da safra, 80% do nosso tempo parado foi por motivo de chuva", disse a empresa, por meio da assessoria de imprensa.

Com 1,6 mil colaboradores no período de safra, o grupo - que também tem usinas em General Salgado e Araçatuba - prevê iniciar o processamento de cana da próxima safra no final de fevereiro, meados de março e início de abril, dependendo da unidade. As usinas do grupo devem acumular na temporada 2015/2016 4,3 milhões de toneladas de cana esmagada, das quais, 4,1 milhões já foram moídas. O crescimento na comparação com a safra 2014, quando foram processadas 2,9 milhões de toneladas, é de 48,27%. "Em 2015, o grupo teve condições de moer mais, com mão de obra mais capacitada.
Modernizamos nossos processos, automatizamos nossas estruturas e estamos em franca expansão de nossas metas."

A usina Unialco, de Guararapes, continuará suas atividades até o próximo dia 15, segundo o empresário Luiz Guilherme Zancaner, acionista controlador do grupo. "Teve muita chuva no ano passado, por isso ficamos muito tempo parado, o que adiou o encerramento da safra".

Até lá, a produção da empresa deve totalizar 2,2 milhões de toneladas de cana esmagada, volume 30% maior que o processado na safra 2014/2015 (1,682 milhão/t). O crescimento se deve ao clima e à expansão da área de plantio. Do total esperado para a temporada atual, aproximadamente 1,98 milhão de toneladas já foi moído. Zancaner prevê começar a moagem da próxima temporada em março, com expectativa de processar 2,5 milhões de toneladas. A Unialco possui 1,6 mil empregados diretos.


Grupo Raízen parou em 30 de dezembro

As unidades da Raízen - grupo que possui plantas produtoras em Andradina, Araçatuba, Bento de Abreu, Mirandópolis e Valparaíso - não viraram o ano com o processamento de cana em andamento. Porém, o término da moagem do grupo na safra 2015/2016 também foi postergado em algumas semanas em relação à previsão anterior e ocorreu em 30 de dezembro.

Por motivos estratégicos, a empresa não divulga números relativos à produção individual das regiões onde opera. No entanto, afirma que todas suas unidades irão processar juntas entre 57 e 60 milhões de toneladas, volume superior ao da safra anterior. Só na região de Araçatuba, as unidades da Raízen empregam 4.350 funcionários (agrícolas, industriais e administrativos).


Sem dispensa

O presidente do Sindalco (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas, e na Fabricação de Álcool, Etanol, Bioetanol, e Biocombustível de Araçatuba e Região), José Roberto da Cunha, relata que para a maioria das usinas localizadas na área de abrangência da entidade a entressafra que normalmente leva quatro meses, deve durar de 45 dias a dois meses. Em função do prolongamento da moagem, funcionários que seriam dispensados em novembro e dezembro, permanecem por mais tempo em atividade nas usinas. RT


Encerramento de safra no mês passado também não estava previsto

O término da moagem na unidade Ipê da Pedra Agroindustrial, situada em Nova Independência, foi adiado em 10 dias. O processamento de cana da safra 2015/2016 parou em 21 de dezembro. A atividade será retomada em 7 de março devido ao excesso de cana que o grupo terá em 2016. A estimativa da empresa é de que a unidade de Nova Independência tenha esmagado em torno de 2,175 milhões de toneladas de cana, volume utilizado na produção de álcool hidratado e energia. A moagem da safra atual é 7,7% maior do que as 2,019 milhões/toneladas da anterior. A Ipê emprega aproximadamente 850 funcionários.

A usina Santa Adélia, de Sud Mennucci, também operou até dia 20 de dezembro, como informado à Folha da Região, contrariando a tradição da unidade de encerrar a moagem em meados de novembro. A previsão do coordenador de processo da usina Edson Aizza Meira, é de que a cana da próxima safra comece a ser esmagada em 20 de março. Ele calcula que na temporada 2015/2016, a unidade processou 1,4 milhão de toneladas de cana, 7,7% a mais que no período anterior (1,3 milhão de toneladas). Só na área industrial da usina trabalham cerca de 230 funcionários.


Máquinas

A Viralcool, de Castilho, concluiu a safra atual em 12 de dezembro, de acordo com o gerente industrial José Miguel de Azevedo. Segundo ele, as chuvas fizeram unidade parar a produção durante 47 dias ao longo do ano. Quando chove, a colheita mecanizada é atrapalhada e por isso a moagem é atrasada.

O gerente industrial calcula que a produção da planta nesta safra avançou 11,8% quando comparada à da temporada passada. Na safra 2015/2016, a unidade processou 2,046 milhões de toneladas de cana, ante 1,830 milhão de toneladas do ano agrícola 2014/2015.

O grupo Clealco, com unidades em Clementina e Penápolis, preferiu não divulgar dados sobre moagem no momento. A reportagem também tentou consultar a usina Da Mata (com sede em Valparaíso), porém a informação é de que os porta-vozes da empresa estavam em férias.
Rafaela Tavares
Fonte: Folha da Região - Sampi Araçatuba
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