União Nacional da Bioenergia

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Fórum de Articulistas

A energia brasileira
Publicado em 18/08/2017 às 14h25
A 25ª Fenasucro & Agrocana se realiza em Sertãozinho entre os dias 22 e 25 de agosto, provando que a força do setor sucroenergético foi retomado. Afirmando o poder do etanol como combustível do futuro (e do Brasil) e a capacidade de geração emprego e renda oriundos do setor produtivo da cana-de-açúcar, será um momento para exigir a implantação do RenovaBio.

Estarei, como sempre, acompanhando as discussões sobre temas estratégicos para um melhor desenvolvimento desta cadeia produtiva. Destaco a necessária "agricultura de precisão e suas inovações" - que permitem ao produtor rural aumentar a produtividade da sua lavoura, utilizar melhor seus recursos e insumos e realizar uma atividade ainda mais ambientalmente sustentável.

Ou ainda os ganhos trazidos pela biogenética aplicada, melhorando as cultivares de cana-de-açúcar, garantindo mais sanidade e produtividade do canavial ao utilizar os avanços tecnológicos para gerar mais ganhos. O setor sucroenergético é conectado, acompanha a evolução tecnológica e tem força para se desenvolver cada vez mais.

Um caminho que é garantia de geração de empregos em um cenário onde o número de desempregados brasileiros bate a casa dos 14 milhões de pessoas. No mês de abril deste ano, por exemplo, dos 8,5 mil postos de trabalho abertos na indústria paulista, 7,7 mil foram no setor de açúcar e álcool.

Mas infelizmente o setor não tem políticas públicas nacionais, que firmem a participação relativa da gasolina como combustível. Enquanto a Europa anuncia o banimento até 2040 dos carros movidos a gasolina, no Brasil ainda se insiste em queimar combustíveis fósseis, emitir gases causadores do efeito estufa e ir na contramão de todos os acordos climáticos já firmados.

É inaceitável que o etanol continue sendo coadjuvante na matriz energética brasileira. É o nosso combustível, sustentável, mais barato que a hidroeletricidade, gerador de emprego e renda, um dos diferenciais que podemos oferecer ao mundo. Ao contrário do que o governo de São Paulo pratica no Estado, no resto do Brasil os combustíveis fósseis continuam prevalecendo.

No território paulista, praticamos desde 2003 o menor ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias) sobre o etanol em todo o Brasil: 12%. Além disso, São Paulo é referência mundial em produção e utilização de insumos renováveis e possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Enquanto o mundo apresenta aproximadamente 13% da participação de renováveis, o Brasil chega a cerca de 40% e o Estado de São Paulo passa de 50%.

Compromisso do governo paulista com as energias renováveis reforçado por Geraldo Alckmin ao assinar em agosto manifesto em apoio à priorização do setor de biocombustíveis, por meio do Programa RenovaBio, documento também firmado por 18 entidades do segmento.

O programa do Governo Federal, liderado pelo Ministério de Minas e Energia, pretende expandir a produção de biocombustíveis, baseado na previsibilidade, na sustentabilidade ambiental, econômica e social e compatível com o crescimento do mercado.

É uma ideia louvável e necessária, mas infelizmente os já costumeiros desentendimentos internos do governo federal atravancam a Medida Provisória (MP) da implantação desta iniciativa - como se a questão climática não fosse algo urgente e pudesse ficar à mercê dos humores políticos.

É urgente uma maior valorização do setor sucroenergético e a implantação do RenovaBio para atender à demanda de energias renováveis. Somente a demanda pelo etanol deve crescer 80% até 2030, passando dos 30 bilhões de litros produzidos hoje para 54 bilhões de litros, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do próprio Ministério de Minas e Energia. É algo urgente que usa a tecnologia como aliada para uma produção sustentável.

O etanol é sustentável e, para promover este enorme crescimento em pouco mais de 10 anos, apostará na tecnologia para não avançar em novas áreas. Este aumento na moagem não se refletirá em expansão equivalente do canavial, que deve passar de 9,1 milhões para uma área de 9,4 milhões a 9,8 milhões de hectares. O ganho virá da maior produtividade, que tende a aumentar de 76,2 toneladas de cana por hectare (TCH) para 87,1 a 96,1 TCH.

A capacidade de crescimento é enorme, a força econômica insuperável e a sustentabilidade social e ambiental incomparável. O Brasil e o mundo não podem mais esperar para adotar o etanol como o combustível do presente e do futuro! Os artigos assinados não traduzem a opinião da Unica. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate sobre os valores defendidos pela entidade e de refletir as diversas tendências do mercado ou do setor.

*Texto originalmente publicado no dia 17/08/17, no portal Unica.
Arnaldo Jardim
Deputado Federal Licenciado e atual Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de S. Paulo
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