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Diversas

"Menor evolução na mecanização canavieira está ferindo o poder da magia da multiplicação da semente", diz Luiz Antonio Arakaki
Publicado em 03/05/2019 às 10h48
São muitas as paixões de Luís Antonio Arakaki, diretor-presidente da Alcoeste Bioenergia, Fernandópolis, SP. Entre elas estão a cana-de-açúcar e a tecnologia. Uma de suas formações é em Desenho Industrial o que lhe dá mais asas para criar, até mesmo um veículo próprio, o Boi da Cara Preta.

Por isso, ao chegar na 26ª Agrishow - Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação -, realizada em Ribeirão Preto, SP, Arakaki se encantou com a agricultura 4.0, com a conectividade e o desempenho das máquinas. Mas lamentou que para a cultura canavieira a mecanização não evoluiu como no setor de grãos, por exemplo.

"Ao plantar um único grão de milho, ele vai gerar muitos outros grãos. Isso é o poder da magia da multiplicação da semente. É o que não está ocorrendo com a cana. Para garantir uma touceira, colocamos uma quantidade exagerada de toletes. Os entraves no plantio mecanizado da cana não se resumem nas plantadoras, começa pela colheita da cana-muda. Todo o processo precisa melhorar, pois, não adianta apenas evoluir a tecnologia das máquinas de plantio, para colocarem no sulco um tolete seguido do outro, se este tolete estiver com a gema danificada. Então é necessário que as colhedoras também evoluam na qualidade da colheita da cana-muda. Pois se as gemas permanecerem sofrendo danos, para garantir a brotação, o setor continuará despejando no sulco, toneladas e toneladas de cana, impedindo o poder da magia da multiplicação da semente," observa Arakaki.

Enquanto a tecnologia canavieira não evolui a contento, a Alcoeste planta por ano mais de seis mil hectares de forma 100% manual, o mesmo ocorre com a colheita da cana-muda, 100% manual. Com isso, utiliza entre cinco a seis e meio de toneladas de cana-muda por hectare, garantido um plantio perfeito.

Mas Arakaki busca o plantio de ultra-baixo-volume, um dos passos para isso, segundo ele, é a introdução da Meiosi - Método Inter-rotacional Ocorrendo Simultaneamente. "Realizando o manejo do solo correto para receber as mudas que formarão a linha-mãe, irrigando essas mudas e oferecendo para elas um manejo perfeito no controle de daninhas, pragas e doenças, essa linha-mãe irá se desdobrar em várias outras linhas", diz.

O diretor-presidente da Alcoeste Bioenergia observa que com a Meiosi, dependendo da cultura intercalar escolhida, além dos ganhos agronômicos, se a escolha for por grãos é possível ter um reforço no caixa e redução no custo do plantio da cana. No entanto, ressalta que é fundamental lembrar que a atividade principal é a canavieira, por isso, na Alcoeste, a cultura intercalar respeita a janela da cana. "Ao chegar no melhor momento para o plantio da cana, iniciamos o plantio, mesmo se a cultura intercalar não estiver no ponto ideal de colheita", afirma.

A média atual de produtividade por hectare da Alcoeste está em 85 toneladas, o objetivo é, em três anos, alcançar 100 toneladas por hectare e manter a alta produtividade por vários anos. Para isso, além do plantio com excelência, Arakaki diz que é necessário ter controle de tráfico para não ter pisoteio na soqueira, fazer talhões com tiros longos para reduzir as manobras das máquinas, investir em nutrição, entre outros itens.

Na safra 2018/19, a unidade moeu 1,7 milhão de toneladas, para esta safra a expectativa é chegar aos 2 milhões. "A perspectiva é de fazer uma safra com a casa cheia, devemos trabalhar com a capacidade máxima da usina", destaca. Para ele, é a agrícola que precisa empurrar a indústria. E para ter maior volume e qualidade de matéria-prima o setor precisa ser inquieto, buscar os exemplos de quem está fazendo certo, não ficar incomodando com as tentativas. E estimular a evolução da tecnologia canavieira para que possa usufruir do poder da magia da multiplicação da semente.
Fonte: CanaOnline
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