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Diversas

Mudanças drásticas serão necessárias para enfrentar a crise climática, diz IEA
Publicado em 14/11/2019 às 09h00
As emissões de carbono vão aumentar até 2040 mesmo se os países cumprirem suas atuais metas ambientais, alertou a Agência Internacional de Energia (IEA, da sigla em inglês), um lembrete desolador sobre as drásticas mudanças necessárias para atenuar a crise climática.

Em seu relatório anual, divulgado na terça-feira (12), a IEA destacou que uma redução rápida nas emissões exigirá "políticas significativamente mais ambiciosas" em prol da eficiência e de tecnologias de energia limpa do que as políticas existentes. Por enquanto, o impacto da expansão da economia mundial e do crescimento populacional na demanda por energia continuará suplantando as iniciativas a favor de fontes renováveis e de tecnologias de baixas emissões.

"O mundo precisa de uma grande coalizão englobando governos, empresas, investidores e todos os que estejam comprometidos a enfrentar as mudanças climáticas", disse Fatih Birol, diretor executivo da AIE. "Na ausência disso, as chances de atingirmos as metas climáticas são muito pequenas."

O relatório indicou que a dependência mundial em relação aos combustíveis fósseis continua "teimosamente alta" com um "hiato entre a realidade dos sistemas de energia de hoje e as expectativas de rápida transição energética puxada por fontes renováveis". O uso de energia representa quase metade de todas as emissões de dióxido de carbono e quase 70% de todas as emissões de gases causadores do efeito estufa.

Birol disse que o atual conjunto de políticas governamentais não será suficiente para o mundo atingir as metas do Acordo de Paris sobre clima, de limitar a alta das temperaturas a bem menos de 2ºC ou a meta ainda mais agressiva de 1,5ºC, para evitar impactos mais graves da mudança climática.

Se os governos se ativerem às atuais políticas e continuarem agindo "da mesma forma que sempre", as emissões de carbono das fontes de energia somariam 41,3 gigatoneladas em 2040. Mesmo se as autoridades conseguirem levar adiante as medidas climáticas já anunciadas, a IEA calcula apenas uma pequena queda desse número, para 35,6 gigatoneladas.

As emissões de carbono, causadas em sua maioria pela queima de hidrocarbonetos, como o petróleo e o carvão, aprisionam o calor na atmosfera, o que leva às mudanças climáticas. Essas emissões cresceram 44% no período entre 2000 e 2018, para 33,2 gigatoneladas. No mesmo período, a demanda mundial por energia --- da qual 80% consiste de combustíveis fósseis --- aumentou 42%.

A AIE também calculou um cenário de políticas de eficiência energética mais rigorosas e de menor crescimento na demanda por energia, no qual as emissões cairiam para 15,8 gigatoneladas. Ainda assim, críticos dizem que isso não seria suficiente para obter os fortes cortes necessários para limitar o aquecimento a 1,5ºC.

Embora o relatório da IEA seja visto como uma importante avaliação do setor global de energia, suas conclusões têm gerado questionamentos de críticos, que as consideram demasiado condescendentes com os combustíveis fósseis. Mesmo sob seu cenário mais radical, os combustíveis fósseis ainda representariam quase 60% da matriz energética global.

Joeri Rogelj, professor de mudanças climáticas e ambiente no Grantham Institute, do Imperial College London, disse que, mesmo esse cenário, levaria "o mundo a cair em um perigoso beco sem saída climático, que terminaria em 2050 com um aquecimento mundial além do nível que a ciência considera compatível com o desenvolvimento sustentável das populações pobres e vulneráveis".

A IEA indicou que o valor dos subsídios ao consumo de combustíveis fósseis no mundo em 2018 foi quase o dobro do que valor combinado dos subsídios aos veículos elétricos e às fontes renováveis e da receita com os programas de créditos de carbono. "Esse desequilíbrio complica imensamente a tarefa de antecipar o pico [e a consequente queda] das emissões", segundo a agência.
Fonte: Valor Econômico
Texto extraído do clipping do SCA
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