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Economia

Mesmo com alta do dólar e da carne, BC deve baixar juro para 4,5% ao ano, prevê mercado
Publicado em 11/12/2019 às 09h35
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tem sua última reunião do ano marcada para esta semana. Apesar das pressões inflacionárias decorrentes do aumento do preço da carne e de possíveis impactos da alta do dólar, o comitê deve manter o "plano de voo" e cortar a taxa básica de juros de 5% para 4,5% ao ano -- novo piso histórico.

Essa é a previsão da maior parte dos economistas do mercado financeiro, ouvidos pelo próprio BC em pesquisa semanal.

Se confirmada a nova redução, a Selic atingirá o menor patamar desde que o Banco Central começou a série histórica, há mais de 30 anos. O anúncio da taxa de juros acontecerá nesta quarta, por volta das 18h.

A expectativa dos analistas dos bancos é de que a Selic recuará para 4,5% ao ano em dezembro, que terá nova queda em fevereiro -- para 4,25% ao ano --, e que assim permanecerá até setembro de 2020, quando poderá começar a subir.

A principal missão do Banco Central é controlar a inflação, tendo por base o sistema de metas. Para este ano, a meta central de inflação é de 4,25%, podendo oscilar de 2,75% a 5,75%. Para 2020, o objetivo central é de 4% (com oscilação de 2,5% a 5,5%).

Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o BC reduz os juros. Quando estão acima da trajetória esperada, a taxa Selic é elevada.

Para definir a taxa básica de juros, o BC já está de olho nas previsões de inflação do ano que vem. Isso porque as decisões levam meses para ter impacto pleno na economia. Para este ano, a previsão do mercado é de que a inflação fique em 3,84% e em 3,60% no ano que vem.


Carne e dólar

Segundo o economista-chefe do banco Haitong, Flavio Serrano, o aumento recente no preço da carne é um problema pontual, causado por um choque de oferta decorrente da peste suína na China.

"A política monetária [definição de juros] não tem efeito sobre isso. O que ela pode fazer é combater os possíveis efeitos secundários, como aumento no preço de frango, suínos, ovos e alimentação na rua", avaliou.

Sobre o dólar, o analista observou que a alta da moeda é mais abrangente do que a da carne, podendo afetar também combustíveis e aluguéis por exemplo. Porém, assim como no caso da proteína, o repasse da alta do dólar é limitado pelo alto nível de ociosidade da economia brasileira (produção abaixo do esperado por conta do crescimento econômico ainda fraco).

"Apesar de dois choques na economia [carne e dólar], a posição de hoje é favorável, pois tem ociosidade elevada. Tem que ver quanto vai impactar o IPCA (...) E as bandas [do sistema de metas] são justamente para comportar esse tipo de choque. Talvez [o BC] tenha um pouco mais de cautela, sem cortes de juros em fevereiro, mas ainda não dá para pensar em alta [do juro básico]", concluiu Serrano.


Impacto nas aplicações financeiras

A eventual redução dos juros básicos da economia afetará as aplicações financeiras, como a caderneta de poupança e os investimentos em renda fixa.

Isso porque, no caso da poupança, a regra atual de remuneração prevê que os rendimentos estão atrelados aos juros básicos sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano.

Nesse cenário, a correção anual das cadernetas fica limitada a um percentual equivalente a 70% da Selic, mais a Taxa Referencial, calculada pelo Banco Central. A norma vale apenas para depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012.

Se o juro básico da economia recuar para 4,5% ao ano, a correção da poupança seria de 70% desse valor -- o equivalente a 3,15% ao ano, mais a Taxa Referencial.


Juros bancários altos

Mesmo com a taxa Selic no menor patamar em décadas, os juros bancários seguem em níveis elevados para padrões internacionais.

Em outubro, segundo dados do Banco Central, a taxa bancária média (pessoa física e jurídica) somou 35,9% ao ano, enquanto que, para as pessoas físicas, totalizou 49,7% ao ano.

Em alguns casos, como no cheque especial e no cartão de crédito rotativo, estão acima de 300% ao ano. Recentemente, para combater esse problema, o BC anunciou o estabelecimento de um teto de juros para o cheque especial.

Dados do BC mostram que os cinco maiores conglomerados bancários do país detinham, no fim de 2018, 84,8% do mercado de crédito. Esse cálculo inclui os bancos comerciais, os múltiplos com carteira comercial e as caixas econômicas.

No ano passado, a rentabilidade dos bancos brasileiros ficou no maior patamar em sete anos e o lucro líquido dos bancos somou R$ 98,5 bilhões, recorde da série histórica que começa em 1994.
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