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Economia

Coronavírus: presidente do Banco Central diz que PIB pode cair mais de 5% em 2020
Publicado em 29/05/2020 às 17h19
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, estimou nesta sexta-feira (29) que a economia brasileira deve registrar uma retração de 5%, ou mais, neste ano. A declaração foi dada durante videoconferência realizada por uma instituição financeira.

Mais cedo, nesta sexta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB brasileiro caiu 1,5% no 1º trimestre, na comparação com os três últimos meses de 2019.

O resultado reflete apenas os primeiros impactos da pandemia do novo coronavírus, e coloca o país à beira de uma nova recessão, uma vez que a expectativa é de um tombo ainda maior no 2º trimestre.

"No caso do Brasil hoje, vemos um crescimento [variação do PIB] que vai ser menos 5%, ou um pouco mais. É difícil prever, pois depende da extensão do distanciamento social. O desemprego vai ser alto, com algumas agências do mercado falando de um crescimento de 15%, ou um pouco mais", declarou.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

A mais recente previsão oficial do BC para o PIB deste ano foi divulgada em março e estima estabilidade, ou seja, de crescimento zero em 2020.


Para o Ministério da Economia, se mantido o distanciamento social até o fim de maio, o tombo do PIB será de 4,7% em 2020. Se as políticas de distanciamento social continuarem por mais tempo, estimou o governo, haverá um impacto adicional (perda de produção) de R$ 20 bilhões por semana.

Segundo Campos Neto, a economia brasileira, com o nível baixo de atividade e com o distanciamento social, está indo para um "coma induzido".

"E precisamos assegurar que as empresas e pessoas tenham acesso aos recursos que precisam, e uma forma de fazer isso eficientemente pelos bancos. Para isso, temos de ter certeza que os bancos tenham liquidez e capital", disse.

Crédito bancário
Questionado sobre a possibilidade de o Banco Central comprar títulos públicos no mercado secundário, e ações de empresas privadas, Campos Neto afirmou que uma regulamentação sobre o assunto sairá nos próximos dias. Essa possibilidade foi aberta com a aprovação da PEC do orçamento de guerra pelo Congresso Nacional.

"Comprar dívida, é sempre uma questão de segurança. O que comprar, com qual o mandato? Vamos ter uma regulação em alguns dias para que todos saibam qual o mandato que temos. Há uma preocupação no Congresso que só podemos comprar o que for muito transparente, então tem que ser no mercado secundário, que tenha ´rating´ [classificação de risco]. Há limitações", disse.

Ele esclareceu que essa pode ser uma forma de tentar fazer os recursos chegarem para as empresas, mas acrescentou que não há como atuar como o Federal Reserve (BC norte-americano) - que compra ativos (como debêntures, cédulas imobiliárias, notas comerciais e fundos de direitos creditórios) de companhias pequenas.

"Para fazer isso, você precisa de uma equipe grande analisando o crédito. Isso é um passo adiante ao que estamos preparados para fazer atualmente", acrescentou.

Saída de recursos
O presidente do BC também informou que a crise do coronavírus gerou uma "enorme saída" de recursos de países emergentes e, também, da economia brasileira.


"Se olharmos em relação aos mercados emergentes, [a saída de recursos foi] pelo menos cinco vezes maior do que 2008. No caso do Brasil, foi 10 vezes maior", disse Campos Neto, se referindo à crise econômica originada no setor hipotecário dos Estados Unidos, que acabou tendo como marco a quebra do banco Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008.

Dados do BC revelam que os investidores retiraram, em termos líquidos, US$ 31,44 bilhões de aplicações financeiras de janeiro a abril deste ano. Os dados englobam ações, fundos de investimento e títulos da dívida pública.
Alexandro Martello
Fonte: g1
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