Etanol

A nova unidade de produção de etanol a partir de milho da CerradinhoBio entrou em operação no fim do ano passado e fortaleceu os resultados da companhia na última safra (2019/20). Agora com uma usina integrada de etanol em Chapadão do Céu (GO), a empresa encerrou a temporada com lucro três vezes maior que no ciclo anterior, de R$ 108,4 milhões.

Com cinco meses de operação, a planta que processa milho fabricou 71 milhões de litros de etanol, 14% do total. Mas, mesmo sem a produção adicional a partir do cereal, o resultado da CerradinhoBio também teria crescido.

A companhia já havia investido em períodos anteriores para aumentar sua capacidade de moagem de cana e, na temporada passada, realizou ajustes operacionais para retirar gargalos. Assim, sem investimentos adicionais, a moagem de cana cresceu 9,3%, para 5,2 milhões de toneladas. Com isso, a produção de etanol a partir da cana alcançou 430 milhões de litros.

A CerradinhoBio ainda se beneficiou do bom momento para o mercado de etanol na safra. Com isso, o faturamento cresceu 44,3%, para R$ 1,17 bilhão, dos quais 11% vieram das vendas do etanol feito do milho. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) subiu 32,1%, para R$ 494,8 milhões, com margem Ebitda de 42%.

Assim que começou a pandemia, a CerradinhoBio, por não ter a flexibilidade de produzir açúcar, como a maioria das usinas do Centro-Sul, fez alguns ajustes na rota. Vendeu 45 mil toneladas de milho de seus estoques entre março e abril e renegociou contratos, incluindo um refinanciamento de R$ 150 milhões com vários bancos que vencia este ano. Um aporte de R$ 50 milhões para reduzir gargalos na usina foi suspenso inicialmente, mas já foi retomado e deve ser concluído em agosto.

Segundo Motta, a companhia não foi tão afetada no início da pandemia porque distribuidoras locais mantiveram as compras de etanol e garantiram a geração de caixa necessária. E, segundo ele, a expectativa para esta temporada (2020/21) é aumentar a produção, a despeito da crise.

A moagem de cana deve crescer até 5%, para 5,4 milhões de toneladas, enquanto a produção de etanol apenas a partir de milho deve dobrar, para 195 milhões de litros. Segundo o executivo, a empresa já tem milho para garantir a produção.