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Cana-de-açúcar

Pandemia à parte, setor sucroalcooleiro avança em MT
Publicado em 02/07/2020 às 08h29
Mato Grosso está nos canaviais e nas usinas "desovando" uma safra de etanol, açúcar e DDG, estratégica para a movimentação da frota leve, alimentação e na composição de trato animal.

E melhor: gerando cerca de 130 mil empregos no campo e nas cidades, em plena pandemia, que, mesmo reduzindo nas bombas o consumo do combustível produzido pelas indústrias mato-grossenses do setor, passa ao largo desse importante segmento econômico movimentado por 12 usinas.

A produção não costuma sofrer grande variação de uma safra para outra, mas, na média, mantém crescimento. A cadeia produtiva do setor ocupa a menor área agrícola entre os elos do agronegócio mato-grossense.

Na safra em curso, as usinas e seus fornecedores cultivam 236.461 hectares com 218.661 para a moagem. Em termos comparativos, a soja avança sobre mais de 9 milhões de hectares.

Na safra 2019/20 ,Mato Grosso moeu 17,6 milhões de toneladas (t) de cana. Na atual, o diretor executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras (Sindalcool), Jorge do Santos, estima 16,8 mi/t, mas em compensação, o processamento dos grãos deverá subir de 2,9 mi/t alcançados na anterior para 5,9 mi/t.

A moagem, iniciada em abril e que se estenderá a novembro, deverá produzir 907 mil m³ de etanol (anidro e hidratado) sendo que na safra passada ficou em 745 mil³.

O açúcar sofrerá pequena queda, caindo de 404 mil/t para 392 mil/t. O mais novo produto do setor, o DDG saltará de 995 mil/t para 1,2 milhão/t, segundo previsão do Sindalcool.

DDG é uma sigla em inglês, que significa grãos secos por destilação. Trata-se de um concentrado proteico extraído no processo de produção do etanol de milho. A inclusão do milho enquanto matéria-prima para o etanol cria alternativa econômica para o consumo do excedente encalhado das lavouras.

O etanol anidro e hidratado, o açúcar e o DDG de Mato Grosso têm forte presença no mercado. O anidro é misturado (27%) a gasolina, pra reduzir a taxa de poluição.

O abastecimento da frota flex local passa pelas usinas mato-grossenses e ainda é vendido para Rondônia, Acre, Amazonas e Pará. O açúcar responde basicamente pelo mercado doméstico e está em gôndolas de supermercados no Pará, Amazonas, Acre e Rondônia; além disso, é exportado para a Bolívia e Peru.

A engrenagem da destilação e produção fica por conta de 12 usinas em 11 municípios: Barralcool (Barra do Bugres), Novo Milênio (Lambari D´Oeste e Mirassol D´Oeste), Coprodia (Campo Novo do Parecis), UISA (Nova Olímpia), Libra (São José do Rio Claro), Porto Seguro (Jaciara), Usimat (Campos de Júlio), Buriti e FS Agrisolutions (Sorriso), FS Agrisolutions (Lucas do Rio Verde) e Impasa (Sinop).

Além dessas plantas em atividade, cinco estão em construção em Campo Novo do Parecis, Sinop, Nova Mutum (duas) e Deciolândia no município de Diamantino.

HISTÓRICO -- Em novembro de 1975, o Governo Federal criou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), visando a garantir a autossuficiência de combustível para a frota leve. À época o mundo enfrentava uma grave crise do petróleo, que jogou o preço do barril nas alturas.

Os poços de petróleo nacionais não garantiam o refino necessário e a importação era uma verdadeira ginástica pela competitividade mundial, o que levou à criação do Proálcool tendo a cana como matéria-prima para a produção de um combustível que não sofresse injunções internacionais, reduzisse a poluição atmosférica e que gerasse empregos no campo e na indústria.

Mato Grosso aderiu ao Proálcool. Em setembro de 1980, empresários de Barra do Bugres (168 km ao Norte) iniciaram a construção da usina de álcool pioneira no Estado, a Barralcool, que iniciou a moagem em 1983.

Outros empresários também apostaram no programa e, dentre eles, Olacyr de Moraes, que em Nova Olímpia montou a Usina Itamarati, à época a maior do mundo.

A cana deixou de ser matéria-prima exclusiva para produção do etanol, e o milho entrou em cena. Mato Grosso, campeão nacional na produção do milho safrinha encontrou mais uma destinação importante para esse cereal.

O casamento da lavoura com a indústria, dá aos mato-grossenses outro título: maior produtor de etanol de milho do Brasil.
01/07/2020
Eduardo Gomes
Fonte: Diário de Cuiabá
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