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Economia

Economia da China recupera força após medidas para combater covid-19
Publicado em 03/07/2020 às 17h02
A atividade econômica está ganhando força na China, segundo uma série de dados divulgados nesta semana, um sinal de que a abordagem dura de Pequim para combater a pandemia de covid-19 está começando a valer a pena, enquanto os Estados Unidos voltam a adotar medidas restritivas para enfrentar um novo surto da doença.

Um indicador privado da atividade no setor de serviços da China, publicado nesta sexta-feira, subiu em junho para o nível mais alto em uma década graças ao alívio das medidas de controle em muitas partes do país, o que impulsionou as compras.

O índice gerente de compras (PMI) de serviços do Caixin-China subiu para 58,4 em junho, ante a 55 em maio, informaram o grupo de mídia Caixin e a empresa de pesquisa IHS Markit hoje.

A leitura de junho ficou muito acima da marca dos 50 pontos, que separa expansão de contração, sinalizando uma rápida recuperação mês a mês. Apesar da recuperação, o nível real da atividade ainda permanece muito abaixo dos níveis pré-pandemia.

Em fevereiro, o indicador medido pelo Caixin caiu para 26,5, uma queda histórica, sugerindo uma dramática retração da atividade no setor de serviços chineses. A leitura permaneceu no território contracionista por mais dois meses, antes de voltar a se expandir em maio.

A forte recuperação nos serviços se soma a outros três indicadores divulgados no início da semana. O PMI do setor industrial da China avançou para 50,9 em junho, em relação aos 50,6 em maio, a leitura mais alta em três meses. Já o PMI oficial de serviços avançou para 54,4, valor mais alto dos últimos sete meses, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS).

Analisadas em conjunto, as leituras sugerem que as medidas firmes adotadas durante a pandemia pela China foram capazes de restaurar um nível de confiança suficiente para que a economia ganhasse impulso, aumentando as esperanças de uma recuperação quase completa até o fim do ano.

Embora dolorosa no curto prazo, a estratégia da China de eliminar o vírus antes de tentar uma grande reabertura da economia parece ter sido a decisão certa, especialmente na comparação com os EUA, segundo Ding Shuang, economista do Standard Chartered em Hong Kong.

"A vantagem dessa abordagem, devo dizer, é bastante óbvia", disse Ding, citando as incertezas relativas ao desenvolvimento e eficácia de vacinas contra a doença.

Nos últimos dias, muitos Estados dos EUA foram forçados a reverter os planos de reabertura, fechando restaurantes e bares. O número de casos diários ultrapassou a marca de 50 mil pela primeira vez na quarta-feira, algo que se repetiu ontem.

A nova onda de infecções e as restrições às atividades comerciais ameaçam os sinais iniciais de recuperação da economia americana, que, pelo segundo mês consecutivo, conseguiu gerar parte dos empregos perdidos durante a pandemia.

Enquanto isso, na China, as autoridades de saúde adotam táticas agressivas para conter pequenos surtos em todo país. O mais recente deles, que surgiu em um mercado atacadista de alimentos em Pequim, foi respondido de forma rápida e vigorosa pelo governo local, que testou milhões de pessoas e restringiu a movimentação dentro e fora da capital.

Hoje, a Comissão Nacional de Saúde informou ter registrado nas últimas 24 horas apenas duas novas infecções transmitidas localmente, ambas em Pequim.

Para Ding, a experiência da China com a epidemia da síndrome respiratória aguda grave (Sars) há 17 anos levou o governo local a adotar medidas firmes e sistemáticas para evitar a propagação da covid-19, estabelecendo assim as bases para a recuperação econômica dos últimos meses.

Os dados econômicos divulgados hoje mostram que o número de novos negócios abertos cresceu no ritmo mais acelerado desde agosto de 2010. Prestadores de serviço começam a fazer planos para atender a um aumento da demanda dos consumidores nos próximos meses, segundo o Caixin.

A recuperação da demanda do consumidor é particularmente encorajadora, já que, até então, a retomada era impulsionada principalmente pelo aumento da produção, estimulada pela pressão de Pequim pela volta ao trabalho em todo o país.

Lian Ping, economista do Zhixin Investment Research Institute, acredita que surtos esporádicos de covid-19 não devem prejudicar a recuperação econômica da China. Ele prevê que o PIB do país cresça mais de 6% no segundo trimestre de 2020, praticamente em linha com os resultados do ano passado.

No primeiro trimestre deste ano, a economia da China encolheu 6,8%, a primeira retração registrada pelo país em quatro décadas.

"Enquanto a situação geral estiver sob controle, alguns surtos aqui e ali não se tornarão grandes ondas", disse Lian.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), na última atualização de seu relatório sobre o panorama econômico mundial divulgada na semana passada, previu que a China será a única grande economia mundial a se expandir neste ano. A previsão para o PIB do país é de crescimento de 1%.

Apesar das perspectivas mais positivas, os dados desta semana mostram que permanece a incerteza em relação às contratações. Os economistas temem que a persistente pressão sobre o mercado de trabalho e as dúvidas sobre a economia nos EUA --- grande cliente dos produtos chineses --- ainda possam prejudicar a recuperação do país asiático no longo prazo.

Esses desafios deixam pouco espaço para que o governo de Pequim relaxe as medidas de alívio adotadas para combater a crise, segundo Ding.

No início desta semana, o Banco Central da China disse que reduziria as taxas de empréstimos para pequenas empresas e produtores rurais, o mais recente esforço para facilitar o crédito no país.
Fonte: Valor Investe
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