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Diversas

Agronegócio do Brasil recupera confiança no 2º tri, após queda puxada por Covid-19
Publicado em 13/08/2020 às 11h57
O Índice de Confiança do Agronegócio (ICAagro) avançou 11,3 pontos no segundo trimestre, em relação aos três meses anteriores, para 111,7 pontos, em um movimento de recuperação após uma queda causada pela chegada do novo coronavírus no Brasil.

O indicador calculado pelo Departamento de Agronegócio (Deagro) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a associação CropLife Brasil se firmou acima dos 100 pontos, o que sinaliza otimismo.

Abaixo desta marca, a sinalização é de pessimismo e quanto mais distante do nível de 100 pontos, para cima, mais otimista estaria o setor.

Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o avanço do ICAgro foi de 0,4 ponto.

"O agronegócio brasileiro recuperou parte do ânimo perdido no início do ano com o choque causado pela pandemia de Covid-19", disse o estudo.

Segundo o Deagro, a avaliação das condições gerais da economia, responsável por impulsionar a pontuação recorde do fim do ano passado (123,8 pontos), caiu no início de 2020 e se mantém em patamares mais baixos.

No entanto, os sinais de retomada das atividades e de relativa estabilidade no mercado financeiro, os efeitos positivos do câmbio sobre os preços agrícolas e a perspectiva de que em breve haverá uma ou mais vacinas eficazes contra a Covid-19 melhoraram as expectativas para o curto e médio prazo, especialmente por parte das indústrias.

O Índice de Confiança das Indústrias do agronegócio fechou a 109,1 pontos, alta de 18,5 pontos em relação ao trimestre anterior.

Ao destrinchar o indicador industrial, o índice "antes da porteira", que representa o segmento de insumos agropecuários, subiu 15,3 pontos na variação trimestral, para 101,6 pontos.

Contribuíram com a alta a recuperação nas vendas de tratores e colheitadeiras, mesmo ante uma forte queda relacionada à pandemia em abril, e o elevado nível de aquisições antecipadas de insumos.

"A antecipação (na compra de insumos) só não foi maior porque a instabilidade do câmbio prejudicou a formação das tabelas de preços", afirmou.

Já a confiança das indústrias "depois da porteira" registrou a maior elevação dentre todos os segmentos pesquisados, de 19,9 pontos ante o trimestre anterior, para 112,4 pontos.

As empresas de logística enfrentaram relativamente poucos gargalos para suas operações, justificou o Deagro, mesmo com exportações recordes de soja no período.

Os frigoríficos, apesar do fechamento de algumas unidades por contaminação da Covid-19 entre os funcionários, puderam em sua maioria manter as atividades e atender a forte demanda do mercado externo, ressaltou a análise.

"As usinas de açúcar e etanol, para as quais em março o ano parecia praticamente arruinado, saíram do pior momento: subiram os preços do açúcar no exterior e houve uma recuperação das margens do etanol, que chegou a ser vendido abaixo do custo de produção em abril e maio, durante a queda abrupta do petróleo causada pela crise no mercado de combustíveis e aprofundada pela guerra de preços entre Rússia e Arábia Saudita."


Dentro da porteira

Os produtores agropecuários completaram o 8º trimestre consecutivo de confiança em patamares otimistas, fechando em 115,2 pontos.

O resultado representa uma alta modesta na variação trimestral, de mais de 1 ponto, "mas é preciso considerar a manutenção do indicador em níveis relativamente elevados".

Na agricultura, a confiança teve ligeira elevação de 0,7 ponto, para 116,8 pontos, mantida pelas condições positivas para o negócio.

A análise destaca o efeito do câmbio sobre os preços das commodities, que atingiram patamares históricos, a produtividade nas colheitas de cana e café, e o clima favorável na segunda quinzena de maio que beneficiou os cultivos tardios da safrinha de milho.

"A avaliação sobre o crédito também melhorou, afastando o temor inicial de que a Covid-19 pudesse reduzir a disponibilidade de recursos e sinalizando que o Plano Safra, divulgado em junho, foi bem recebido pelos produtores", afirmou.

Além disso, o Deagro disse que as excelentes relações de troca entre os produtos agrícolas e o pacote de insumos foram suficientes para diminuir o pessimismo em relação aos custos de produção.

Na pecuária, a alta trimestral foi de 3,2 pontos para 110,2 pontos. "Melhoraram as avaliações a respeito do crédito e da produtividade. A percepção dos preços também subiu".
Nayara Figueiredo
Fonte: Reuters
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