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Etanol

Proposta dos Estados Unidos ameaça etanol do Nordeste
Publicado em 13/08/2020 às 10h18
A produção de etanol no Brasil, sobretudo no Nordeste, pode ser prejudicada com a intenção dos Estados Unidos de reduzir as tarifas de importação do etanol americano. O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que defende equalização nas tarifas, "alguma coisa relacionada a tarifas justas". Por sua vez, o governo brasileiro ainda está em fase de analisar a proposta, mas técnicos do próprio governo apontaram para atender ao pleito pelo fim das barreiras.

No entanto, os EUA já exportam, em média por ano, desde 2017, 1,5 bilhão de litros de etanol para o Brasil, sendo 750 milhões de litros sem nenhuma tarifa. Pelo restante que quiser exportar para o Brasil, os Estados Unidos pagam uma taxa de 20% sobre o valor da mercadoria. Antes, eram 600 milhões de litros sem nenhum imposto, mas essa cota já aumentou na última safra para 750 milhões de litros.

Isso significa que cerca de 70% da produção de etanol no Nordeste do Brasil é ocupada pelo etanol americano. No Brasil, esse valor corresponde a 8%. "O etanol dos Estados Unidos ocupa um espaço no nosso produto. Aproximadamente 50 usinas e destilarias do Nordeste sofrem com essa concorrência distorcida", disse o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE) e da Novabio, Renato Cunha.

Por outro lado, o açúcar brasileiro, que poderia ter um espaço maior de entrada nos Estados Unidos para equilibrar essa balança, só tem uma cota de 152 mil toneladas para entrar no país norte-americano sem taxa. O restante que pode ser exportado, recebe uma taxa de 130% sobre o valor da mercadoria. Essa quantidade de 152 mil toneladas representa apenas 1,36% de todo o mercado do país norte-americano de açúcar.

Além disso, o Brasil deve produzir 41,7 milhões de toneladas de açúcar na safra 2020/2021, e só tem uma cota de 152 mil toneladas para os Estados Unidos. Isso significa 0,4% da produção brasileira que é exportada para os EUA. A República Dominicana, por exemplo, produz 605 mil toneladas e tem uma cota de 185 mil toneladas para enviar aos EUA, o que corresponde a 31%.

"Defendemos uma agenda bilateral que, no mínimo, faça um rearranjo nas cotas de exportação, caminhando para um mercado com menos barreiras", explicou Renato Cunha.

Procurado, o Ministério da Agricultura brasileiro se limitou a dizer que "o assunto ainda está em negociação e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) não vai se manifestar."
Fonte: Folha de Pernambuco
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