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Economia

Santander/Carlos Aguiar: Nossos economistas preveem queda do PIB de 5,5% a 6% e alta do PIB Agro de 3%
Publicado em 13/08/2020 às 08h49
Os economistas do Santander Brasil trabalham com a perspectiva de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve recuar entre 5,5% e 6% em 2020, enquanto o PIB da Agropecuária deve aumentar 3%, disse há pouco o diretor de Agronegócios do banco, Carlos Aguiar. "A crise atual é de saúde, não é bancária, pois os bancos estão com dinheiro para emprestar. O agronegócio está se saindo bem e dificilmente um produtor vai pagar hoje uma taxa de juros livre maior do que 10% ao ano, com uma taxa Selic de 2% ao ano", disse Aguiar durante live promovida pelo banco na noite de ontem. "Temos tudo para continuar crescendo, mas precisamos, entre outras coisas, ajustar nossa imagem (para a sociedade). Estamos numa época em que não há mais espaço para irregularidades e aqui no banco cortamos crédito para esse tipo de cliente, que estraga a imagem do agro e do banco e presta um desserviço a todos", continuou.

O pesquisador da Embrapa e professor no mestrado em Agronegócios da FGV, Eduardo Assad, que também participou da live, se disse "preocupado" ao ver pessoas do setor dizendo que o "aquecimento global é uma invenção". "As projeções atuais do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) dão como certo que em 2050 a temperatura média global será 2º Celsius maior. Eu, como agrônomo, não sei como a planta de hoje reagirá a essa temperatura", comentou Assad. Na avaliação do pesquisador, o setor agropecuário é hoje o único no Brasil capaz de reverter as emissões de gases de efeito estufa. Ele lembrou que há um mercado de crédito estruturado justamente para estimular e recompensar práticas que reduzam as emissões. "Negar que existe aquecimento planetário é perder dinheiro", afirmou.

O diretor-presidente da Agroconsult, André Pessôa, ponderou que a maioria dos produtores brasileiros é adepta de práticas sustentáveis, mas cobrou maior rigidez no tratamento em relação aos que não cumprem as regras. "Precisamos ser mais duros com essas exceções e tomar uma posição radical. Não dá mais para contemporizar nesse assunto, passou da hora, seja no crédito, no recolhimento de tributos, em qualquer âmbito", afirmou.

Assad ponderou também que o Código Florestal brasileiro ainda não é implementado e que é preciso avançar na regularização das terras. "Não podemos continuar aceitando que o Estado do Pará tenha uma área registrada em cartório três vezes maior do que de fato existe, ou que Minas Gerais tenha oito vezes mais", disse. "Implantar sistemas sustentáveis é decisão do produtor; estimular isso é decisão do País", acrescentou.
Clarice Couto
Fonte: Broadcast Agro
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