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Diversas

Este carro elétrico é ´verde´ de verdade? E quando atingir 160 km por hora?
Publicado em 24/11/2020 às 09h21
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Eles parecem grandes poluidores. Só parecem. Uma nova geração de carros elétricos de alto desempenho, entre eles o Porsche Taycan e o Tesla Model S P100D, mostra como os fãs de cavalos de potência que se preocupam com o meio ambiente podem conciliar suas demandas. Um supercarro com uma pegada de carbono que lembra mais um jato do que um Prius pode parecer irresponsável diante das mudanças climáticas.

Mas e os veículos elétricos que conseguem acompanhar ou até mesmo superar carros tipo Lamborghini? O Tesla Model S pode acelerar de zero a 100 km/h em pouco mais de dois segundos, o que faz dele uma das máquinas mais rápidas do mercado. Mas é muito mais limpo do que um carro movido a gasolina comparativamente rápido, como a BMW M5, que tem um motor V8 biturbo de 617 cavalos de potência? Os números dizem que sim.

O Tesla é uma escolha verde bastante convincente, mas a história não para por aí. Mesmo os veículos elétricos pequenos e menos potentes nem sempre foram mais limpos do que os automóveis movidos a gasolina mais eficientes. Um artigo de 2012 no New York Times resumiu um relatório da Union of Concerned Scientists que descobrira que os benefícios ambientais dos carros elétricos compactos e de motores modestos, como o Nissan Leaf, dependiam do lugar onde carregavam sua bateria.

Na época, a eletricidade de muitos estados ainda dependia fortemente de usinas a carvão, e os pesquisadores revelaram que, em algumas regiões, os carros elétricos não eram mais limpos do que os movidos a gasolina eficientes, quando contabilizadas as emissões resultantes da geração de eletricidade.

A tecnologia dos veículos elétricos avançou consideravelmente desde então, e a geração de eletricidade nos Estados Unidos também mudou. O último relatório da Union of Concerned Scientists, num artigo de fevereiro publicado por David Reichmuth, seu engenheiro sênior de veículos, é muito mais otimista do que o de oito anos atrás.

Depois de analisar todas as emissões -- inclusive aquelas da produção de combustível fóssil, juntamente com as emissões do escapamento de veículos convencionais e as emissões das usinas de energia -- o grupo descobriu que os veículos elétricos foram responsáveis por cerca de 10% menos emissões globais em 2018 do que eram apenas dois anos antes.

As emissões geradas na produção de veículos e baterias ou na mineração de lítio para as baterias dos veículos elétricos não entraram no cálculo. Neste estudo, descobriu-se que o veículo elétrico médio nos Estados Unidos era responsável por níveis de emissão equivalentes aos gerados por um veículo a gasolina que fizesse 37 quilômetros por litro de combustível.

Em áreas onde muito carvão ainda é queimado para produzir eletricidade, o número de equivalência do veículo elétrico pode cair para 20 quilômetros por litro, mas essas áreas são poucas e menos densamente povoadas do que as regiões com energia limpa. Ok, mas e os supercarros elétricos como o Model S e o Taycan? Se eles produzem uma potência gigantesca, isso não significa que seus níveis de emissão também são altos?

"Um automóvel de desempenho elétrico muito potente é menos eficiente do que um veículo elétrico hipereficiente, mas, mesmo assim, é muito mais limpo do que um carro comparativamente poderoso que queima gasolina", disse Reichmuth numa entrevista por telefone.

Ele acrescentou que um Model S na Califórnia, que tem uma das energias elétricas mais limpas do país, é quase equivalente a um veículo a gasolina que chegasse a 50 quilômetros por litro. Em outras palavras, numa área com usinas elétricas relativamente limpas, essa máquina extremamente potente pode ser mais limpa do que o mais eficiente dos carros a gasolina. Os números que Reichmuth menciona partem do pressuposto de que o Model S será dirigido com responsabilidade.

Pisando fundo, o Model S vai engolir os watts-hora. Embora a Tesla não forneça dados sobre direção agressiva, alguns proprietários vêm explorando os extremos. Uma estimativa dos fóruns de internet da Tesla afirma que, em aceleração total, o carro usará cerca de 544 watts-hora de eletricidade por quilometro e terá uma autonomia de cerca de 140 quilômetros com carga total. Em termos simples, isso significa que dirigir 50 quilômetros a toda velocidade exigiria aproximadamente a mesma quantidade de energia elétrica que uma casa americana média usa em um dia.

Dirigir com o pé até o fim do acelerador aqueceria rapidamente a bateria do Tesla, acionando proteções eletrônicas que reduziriam a velocidade do veículo. Portanto, o Tesla não consegue enfrentar os rivais movidos a gasolina numa corrida de resistência. Mas seu fator de diversão é muito alto e, nas arrancadas curtas, ele é quase imbatível. Numa corrida de arrancada de 2016 no YouTube, um Model S enfrenta um Dodge Challenger Hellcat de 707 cavalos e sai vencedor.

O Taycan, de acordo com a revista Car and Driver, é ainda mais rápido, mas os editores registraram um consumo de energia idêntico de 30 quilômetros por litro em ambos os carros numa viagem de 480 km a 120 km/h. (A Agência de Proteção Ambiental oficialmente fixou a eficiência do Tesla em 40 quilômetros por litro em circuito misto de cidade e rodovia, e o Porsche em 29 quilômetros por litro). A discrepância nas classificações de eficiência do Tesla e do Porsche provavelmente se deve à estrutura do teste e parece indicar que o Tesla tem uma vantagem de eficiência sobre o Porsche em trajetos urbanos de para-e-anda.

Nenhum carro de alto desempenho movido a gasolina consegue ser tão econômico quanto o Tesla ou o Porsche elétricos. Escolher um veículo elétrico de alto desempenho em vez de um elétrico moderado acarreta muito menos penalidade por eficiência. A maneira como os veículos elétricos são carregados aumenta sua vantagem.

"Um carro elétrico de alto desempenho não é como um eletrodoméstico que puxa eletricidade em tempo real. Muitas vezes, esses carros são carregados à noite. Portanto, um modelo de alto desempenho ficará na tomada por mais tempo, mas não consome mais energia por vez", disse Reichmuth, quando questionado se os carros elétricos estavam sobrecarregando a rede elétrica. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU
Fonte: The New York Times/ O Estado de S. Paulo
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