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Etanol

"Boom" do hidrogênio verde abre mercado para o etanol
Publicado em 27/01/2021 às 11h59
Guarde bem este nome: hidrogênio verde. Não se trata de uma novidade e há décadas é desenvolvido em instituições científicas.

Mas ele ganha cada vez mais presença quanto maior for o apetite dos países em fazer transição para uma economia limpa.

Veja o caso da União Europeia: até 2050 os países do bloco querem alcançar a neutralidade na emissão de carbono. É certo que essa meta pode ser postergada por conta de fatos de ordem geopolítica -- como a saída do Reino Unido da comunidade -- e mesmo sanitária -- caso do novo coronavírus.

No entanto, em que pese a possibilidade de fatos inesperados, os países europeus já definiram qual fonte de hidrogênio pretendem usar em sua meta de descarbonização.

A escolha é pelo hidrogênio verde, produzido a partir de fontes renováveis.

Como assim?

É preciso aqui um breve resumo. Segundo conteúdo da agência alemã DW (aqui), o hidrogênio é obtido a partir da eletrólise da água, em um processo simples que muitas crianças fazem como experimento de ciências no Ensino Fundamental.

Nesse experimento, relata a DW, uma corrente elétrica quebra a molécula de água e cria moléculas de oxigênio e nitrogênio. Já existe tecnologia para fazer isso em grande escala, porém o problema é transportar o combustível de forma segura, evitando o risco de explosões.


Hidrogênio em três opções

Por sua vez, o mercado trabalha com três tipos de hidrogênio, destaca a DW em seu conteúdo. O verde é produzido usando apenas energia de fontes renováveis, que equivale a 95% do seu custo final.

Há o azul, extraído do gás natural, sendo que o gás carbônico resultante é capturado e enterrado no solo. E há o hidrogênio cinza, feito com combustíveis fósseis como diesel e carvão, que libera o gás carbônico na atmosfera.

Pois bem.

Fiquemos no hidrogênio verde, que, enfim, é o tema deste texto.

Um dos usos dessa tecnologia é alimentar células de combustível que produzem uma corrente elétrica para movimentar motores em uma reação que libera vapor de água.

Em síntese, essa corrente impulsiona baterias para movimentar veículos, ampliando em várias vezes a autonomia do deslocamento se comparado com modelos de veículos 100% elétricos, que precisam de carregamentos esporádicos.

Aí é que entram as fontes renováveis.

Geradores de energia eólicas e solares, bem como as hidrelétricas, são candidatas a promover a eletrólise da água e chegar, então, ao hidrogênio verde.

E há o etanol de cana-de-açúcar.

O biocombustível pode gerar hidrogênio em vez da eletrólise da água. Ainda em 2016 a montadora Nissan apresentou um modelo de carro que usava uma célula de combustível para transformar o etanol em hidrogênio que, em seguida, gera corrente elétrica para movimentar o motor.

Já desde 2018 a montadora tem parceria com o Laboratório de Genômica e Bioenergia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para aprimorar a tecnologia.

Nessa fase, por exemplo, desenvolve-se um projeto de reformador, aparelho que converte o etanol em hidrogênio tendo como subproduto o gás carbônico.


Quando o hidrogênio verde chega ao mercado?

Vale aqui uma pergunta: isso de hidrogênio verde não é tema acadêmico desses que passam décadas em estudos e pesquisas sem data para chegar ao mercado? Não.

É claro que pesquisa e desenvolvimento dependem de aportes financeiros e, no que toca ao Brasil, sabemos dos entraves enfrentados pelas instituições acadêmicas.

Mas dinheiro não é problema para países como os europeus, que têm pressa pela transição para uma economia limpa.

Apenas a Alemanha, segundo destaca a DW, lançou pacote de 9 bilhões de euros para desenvolver a sua produção, armazenamento e transporte de hidrogênio verde. Detalhe: 2 bilhões de euros desse montante são para parcerias com outros países.

Por sua vez, a iniciativa privada também investe por conta própria em hidrogênio verde.

Duas empresas controladas pela Siemens, a Siemens Gamesa e a Siemens Energy, anunciaram no começo de janeiro que estão desenvolvendo uma turbina eólica comercial offshore (no mar) para produzir hidrogênio por meio de eletrólise. Valor do investimento das companhias: 120 milhões de euros.

Enfim, a fonte eólica empregada pela Siemens faz coro com o etanol como fonte geradora do hidrogênio verde, como é o caso da Nissan. E a exemplo das metas da União Europeia, já se pode ter uma certeza: essa tecnologia veio para ficar.
Delcy MAC Cruz
Fonte: Energia que fala com você
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