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Diversas

Aposta de produtores de óleo, captura de carbono vai exigir trilhões em infraestrutura
Publicado em 07/05/2021 às 09h26
Repsol Sinopec Brasil anunciou esta semana um projeto para desenvolver tecnologia de captura de CO2 para produção de hidrocarbonetos verdes. O CO2CHEM marca a entrada da empresa em P&D voltados para a gestão de carbono no Brasil.

Em 2019, o grupo Repsol também assumiu a meta global de ter zero emissões líquidas até 2050.

Entre as 15 maiores petroleiras do mundo, a companhia estabeleceu a redução de emissões como um dos pilares da estratégia de P&D.

"Uma das alternativas que exploramos é a utilização do CO2 proveniente de diferentes fontes para gerar produtos de alto valor agregado, como combustíveis e produtos químicos, especialmente aqueles que ainda não possuem substitutos", explica Támara García, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Repsol Sinopec.

Serão implantados, em escala piloto, dois sistemas integrados com tecnologias nacionais capazes de consumir CO2 de diferentes fontes, como por exemplo das atividades de exploração e produção offshore para produção dos hidrocarbonetos verdes.

O ciclo fechado de produção e consumo de CO2 será alimentado por fontes de energia renovável.

Limites econômicos e tecnológicos

A reciclagem de CO2 é apontada pelo setor de petróleo como uma oportunidade para reduzir as emissões de produtos intensivos em carbono.

Mas o processo ainda é muito caro e vai demandar investimentos trilionários em infraestrutura.

Relatório da Carbon Management Research Initiative, da Universidade de Columbia, examina 19 rotas de reciclagem de CO2 e indica alguns limites técnicos e econômicos da tecnologia.

As rotas estudadas consomem eletricidade renovável e usam matérias-primas químicas de baixo carbono.

Os resultados da análise:

Quando abastecidos por eletricidade de baixo carbono e matérias-primas químicas, as rotas de reciclagem de CO2 têm o potencial combinado de reduzir 6,8 gigatoneladas de CO2 por ano ao substituir os métodos de produção convencionais;

Algumas rotas atingiram a paridade de mercado, mas os custos ainda são altos na maior parte das demais. Um exemplo de rota comercialmente viável é o etanol de segunda geração;

A maioria das rotas tem um custo estimado de produção (ECOP) 2,5 a 7,5 vezes maior do que o preço de venda do produto;

O desempenho de catalisadores e os preços dos insumos são os principais direcionadores de custos. O maior componente do ECOP são os custos de eletricidade e matérias-primas químicas;

A reciclagem de CO2, na escala dos mercados globais atuais, exigiria uma nova e enorme capacidade de infraestrutura. Cada rota em escala global consumiria milhares de terawatts-hora de eletricidade, 30--100 milhões de toneladas de hidrogênio e até 2.000 Mt de CO2 anualmente;

Serão necessários investimentos trilionários em infraestrutura para gerar e fornecer esses insumos, incluindo 8,4 mil gigawatts (GW) de capacidade de energia renovável e 8 mil GW de capacidade de eletrolisador em todas as rotas.

Com base nessas descobertas, os autores recomendam a priorização de rotas mais promissoras economicamente.

"A reciclagem de CO2 nas produções de metano e etano são extremamente antieconômicas e devem ser menos priorizadas. Todos os outros caminhos são mais promissores economicamente e poderiam ser o foco de uma agenda de inovação direcionada para reduzir custos", dizem.

Além disso, o estudo alerta para a necessidade de garantir que as vias de reciclagem de CO2 sejam alimentadas por insumos de baixo carbono.

Sem isso, a alternativa se tornaria potencialmente mais intensiva em carbono do que a produção convencional.
Fonte: Agência epbr
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