União Nacional da Bioenergia

Este site utiliza cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência. Ao continuar navegando
você concorda com nossa política de privacidade. Política de Privacidade

Diversas

Mundo deve renunciar "agora" ao petróleo para atingir metas climáticas, sugere AIE
Segundo relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), única maneira de impedir que a temperatura média global supere em 1,5 ºC os níveis pré-industriais é abdicando de novos projetos com combustíveis fósseis
Publicado em 18/05/2021 às 08h51
Foto Notícia
Objetivos relacionados à neutralidade de carbono e contenção do aquecimento global só serão alcançados se os países renunciarem "imediatamente" a novos projetos com petróleo e gás natural, estima a Agência Internacional de Energia (AIE) em relatório divulgado nesta terça-feira, 18. O documento, elaborado para fundamentar discussões na 26ª Conferência do Clima da ONU (COP26), prevista para novembro, recomenda também que os carros com motor a combustão parem de ser fabricados até no máximo 2035.

A agência avalia que as metas climáticas ainda são realizáveis, embora as possibilidades sejam limitadas. O principal objetivo é impedir que o planeta aqueça mais que 1,5 ºC em relação ao período pré-industrial. De acordo com a projeção, isso implica uma mudança completa no panorama de energia, com redução significativa da demanda por combustíveis fósseis e crescimento anual de 4% da eficiência energética a partir da próxima década.

"Nossa projeção não contempla novos projetos de óleo ou gás para fins de desenvolvimento, além dos já aprovados para 2021", afirma o economista Fatih Birol, diretor da AIE, acrescentando que este talvez seja "o maior desafio que a humanidade já enfrentou."

"Para isso, são necessárias ações decisivas dos governos, amparadas por uma cooperação internacional mais intensa do que a que está acontecendo agora", diz.

Segundo a agência, essas mudanças trariam "enormes benefícios" em termos de geração de empregos e crescimento econômico. O documento estima que os investimentos em energia renovável podem elevar em até 4% o PIB mundial em 2050, comparado às projeções atuais.

Até lá, o ganho em eficiência energética pode causar uma queda de 8% na demanda global por combustíveis fósseis em relação a 2021, mesmo que no futuro haja cerca de 2 bilhões de pessoas a mais consumindo eletricidade. Em relação aos benefícios em saúde pública, a AIE avalia que 2,5 milhões de pessoas podem deixar de morrer prematuramente por ano a partir de 2050.

"Esta seria uma decisão muito ambiciosa para alguns países, especialmente a China, enquanto Índia e África do Sul só serão capazes de atingir esses objetivos com assistência internacional", afirma Dave Jones, do grupo de estudos sobre energia Ember. Ele acrescenta que o relatório representa uma "reviravolta completa" para a AIE, até então dominada por combustíveis fósseis.

Se as recomendações forem seguidas, a agência calcula que os combustíveis fósseis representem apenas um quinto do suprimento mundial de energia em 2050, após atingir o pico em 2030, quando, segundo o relatório, serão consumidos 104 milhões de barris por dia. Em substituição, a estimativa é que fontes renováveis cheguem a suprir 90% da demanda por energia elétrica daqui 30 anos.

Por fim, enquanto em 2030 a maior parte dos esforços globais para redução de emissões virá de tecnologias já existentes, em 2050 metade delas virá de técnicas que ainda estão sendo testadas, segundo a projeção. Isso inclui a captura direta e o armazenamento de CO2, práticas em desenvolvimento que podem ter um "impacto significativo" no futuro./AFP
Fonte: Estadão
Fique informado em tempo real! Clique AQUI e entre no canal do Telegram da Agência UDOP de Notícias.
Notícias de outros veículos são oferecidas como mera prestação de serviço
e não refletem necessariamente a visão da UDOP.
Mais Lidas