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Economia

Com a bolsa de folga, "espelho" do Ibovespa em NY segue vermelhidão global
Publicado em 04/06/2021 às 09h31
Em dia de feriado e bolsa fechada, investidores locais que não se desplugaram do noticiário perceberam que conquistar o penta não será tão simples para o Ibovespa. Na ressaca do tetra, com quatro recordes de pontos do índice em sequência, os recibos de ações brasileiras (ADRs) negociados em Nova York apontaram majoritariamente para baixo nesta quinta-feira (3). E boas novas devem ser necessária para, quando voltar à ativa nesta sexta-feira (4), o Ibovespa não replicar o movimento.

As chamadas ADRs, da sigla inglesa American Depositary Receipt, são o canal por onde ações listadas no Brasil podem ser negociadas nos Estados Unidos (a exemplo dos recibos de ações internacionais por aqui, os BDRs). Bancos no Brasil compram lotes de papéis listados na B3, e bancos nos Estados Unidos vendem recibos lastreados a essas ações em Nova York. As cotações desses recibos, os ADRs, e das ações propriamente ditas andam juntas.

Às 17h00 (horário de Brasília), principal fundo de índice (ETF) brasileiro negociado em Nova York, o iShares MSCI Brazil, ou EWZ, cedia 0,9%. A carteira teórica imita à do Ibovespa aqui no Brasil, mas em dólares. E seu ritmo, nesta sessão, foi semelhante ao dos índices americanos e europeu.

O Nasdaq puxou a fila dos tombos, cedendo 1%. Menos exposto à papéis ligados à tecnologia, e com os 500 papéis mais relevantes de empresas americanas na composição, o S&P 500 caiu 0,4%. Já o Dow Jones, índice mais enxuto e ainda mais voltado à velha economia, dando espaço reduzido à disrupção tecnológica, caiu 0,1%.

Por outro lado, tornaram a apontar para cima, depois de alguns pregões de trégua, os rendimentos oferecidos pelos títulos americanos de longo prazo. Papéis de dívida de 10 anos tonaram a habitar a faixa dos 1,6% de rendimento ao ano. E, se você acompanha a cena financeira mundial com afinco, já deve imaginar a razão...

Isso mesmo. Tornou a ser predominante nas decisões de investidores pelo mundo o entendimento de que não dá para confiar de olhos fechados nas juras recentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Aquela que reza que, antes de 2023, nada deve fazer com que os juros levados à zero no eclodir da crise, em março de 2020, passem a subir.

O gatilho para essa sensação ganhar força veio de uma notícia que não chega a ser negativa para a economia real, ao contrário.
Para que o Fed antecipe seus planos, precisa ficar claro como a luz do sol um superaquecimento da economia americana. Ou seja, a ponto de o crescimento local ser ainda mais potente que os 6,4% projetados até aqui para 2021. Capaz de levar a inflação para patamares bem maiores do que pouco acima dos 2% ao ano por lá.

Hoje à tarde, o O presidente da distrital de Dallas do Federal Reserve (Fed), Robert Kaplan, voltou a se posicionar a favor de uma retirada mais cedo do que o antecipado dos estímulos implementados pelo banco central americano desde o início da crise e disse ser "crítico" que os dirigentes do Fed comecem a discutir ajustes nos programas de compras de ativos. "Eu prefiro ver o Fed tirar o pé do acelerador gentilmente mais cedo do que mais tarde", afirmou o dirigente. Leia mais aqui.

Esse horizonte ganhou força nesta quinta depois de dados do setor de serviços, coração da economia dos Estados Unidos, apontarem para um nível recorde de expansão. O índice de atividade (PMI, na sigla em inglês) para o segmento medido pela IHS Markit foi aos 70,4 pontos em maio. É muito acima dos 50 pontos que já indicariam crescimento. E bastante também dos 64.7 pontos de abril.

O PMI composto, que engloba ainda os dados da indústria, também foi ao nível recorde em maio, de 68,7 pontos.

Enquanto ações patinam, a moeda americana se fortalece nesta quinta, indicando a busca por proteção nos ativos americanos - o que também tende a ser refletido no Brasil nesta sexta. O índice DXY, medidos da relação entre o dólar e as outras divisas nacionais, estava em alta de 0,6% por volta das 16h50 (horário de Brasília). Ou seja, após cotações no mercado à vista por aqui renovarem duas vezes seguidas o menor patamar desde dezembro, indo aos R$ 5,08, pode vir uma pausa na revalorização do real nesta sexta;

O ouro, respeitando a tradicional mão contrária do dólar, caiu para abaixo do nível psicológico de US$ 1,9 mil por onça-troy (31,1035 gramas) em Nova York. Foi a US$ 1.873,30, após queda de 1,92%, a maior em pouco mais de duas semanas;

Os preços do petróleo no mercado internacional seguiram dinâmica semelhante. Mas a baixa foi contida justamente pela razão pela qual a moeda americana ficava mais forte. O ritmo ainda mais acelerado de crescimento nos Estados Unidos implica maior consumo de combustíveis. Ainda assim, com barris cotados em dólares ficando mais caros, e então com preços menos competitivos, contratos para entrega mais negociados em Nova York (WTI) caíram 0,02%, aos US$ 69. Em Londres (Brent), queda de 0,05%, aos US$ 71 por barril.

A ver se o ritmo apresentado aqui neste Saldo do Dia se mantém nesta sexta, que promete a seguir regida pelos Estados Unidos.
Fonte: Valor Investe
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