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Agência UDOP

Açúcar: sexta-feira de poucos negócios e leve alta nas cotações
Publicado em 13/12/2021 às 08h04
Foto Notícia
Os contratos futuros do açúcar encerraram a última semana com uma leve alta nas bolsas internacionais. Em Nova York, na ICE Future, o açúcar bruto, vencimento março/22, foi comercializado na sexta-feira (10), a 19,71 centavos de dólar por libra-peso, dois pontos a mais do que a véspera. Já a tela maio/22 fechou em 19,32 cts/lb, valorização de 3 pontos. Os demais contratos subiram entre 7 e 15 pontos.

Segundo Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da Archer Consulting, "o mercado futuro de açúcar em NY se recuperou da queda das semanas anteriores (...) 94 pontos de alta em relação à semana anterior, pouco mais de 20 dólares por tonelada".

Ainda segundo o analista, "a inflação americana é uma espada na cabeça da economia global. O país apurou no mês de novembro a maior inflação dos últimos 40 anos: 6.8% no acumulado de doze meses (dezembro/20 até novembro/21), liderada principalmente pela energia, que subiu 33.3%, veículos novos 11.1% e vestuário 5.0%".

"Aqui no Brasil, 75% das instituições financeiras preveem que os juros estarão em 11.75% ou mais até o final de 2022. Juros em elevação, inflação em alta, PIB em queda e menor poder de compra das famílias devem impactar fortemente o consumo de alimentos, bebidas e combustíveis, para ficarmos apenas nos itens que afetam diretamente o nosso setor", pontuou o economista da Archer.

Corrêa traz ainda um outro fator que deve influenciar no cenário macroeconômico brasileiro, a eleição presidencial do próximo ano, "vai trazer enorme desgaste à moeda brasileira pela característica deletéria dos dois principais postulantes, dificultando além de tudo a tomada de decisão nas usinas acerca do mix de produção e a sensibilidade do momento adequado de se proteger".

Para Arnaldo Luiz Corrêa, a elevação do custo de produção do açúcar posto usina em um ano ultrapassou 40%, nível inimaginável até mesmo para o mais pessimista dos executivos. "Em dezembro do ano passado, portanto a quatro meses do início dessa safra corrente, as usinas já tinham fixado cerca de 70% do volume de açúcar destinado à exportação cujo preço médio chegara a R$ 1,580 por tonelada FOB, valor que era considerado remunerador tendo em vista a estrutura de custos vigentes na época. Naquele mês, o dólar médio foi de R$ 5,1462 e o petróleo Brent negociava na média o equivalente a R$ 258,42 o barril. De abril até novembro deste ano, o dólar médio apurado é de R$ 5,3326 enquanto o Brent médio atingiu R$ 395,00 o barril".

Outro ponto enumerado pelo economista se refere ao consumo interno de açúcar, que segundo ele, "também derrapa". Indústrias de alimentos e bebidas não tem pressa alguma em antecipar compras nem formar estoques. O consumo -- dizem elas -- cai e "estamos trabalhando da mão para a boca", que no jargão do mercado significa comprar a matéria prima à medida que a demanda pelo produto final caminha. O custo de carregar estoque passa a ter enorme impacto com os juros a 9.25% ao ano.

Corrêa finaliza destacando que "lições precisam ser aprendidas, conceitos precisam ser revistos, a habilidade de diferenciar o que é custo e valor precisa ser praticada (alguns hedgers teimam em não comprar seguros pelo impacto no caixa) e o pleno domínio da gestão de risco precisa ser fortalecido. Esses são os elementos-chave para a consolidação de uma política de risco adequada que agregue valor aos acionistas. O ano que vem vai exigir ainda mais do corpo diretivo das empresas".

Açúcar branco

O mercado do açúcar branco de Londres também teve uma sexta-feira de alta. O vencimento março/22 foi contratado a US$ 511,40 a tonelada, pequena variação positiva de 70 cents de dólar. Já a tela maio/22 subiu 90 cents, com negócios em 508,40 dólares a tonelada. Os demais contratos subiram entre 1,70 e 2,50 dólares.

Açúcar cristal

No mercado doméstico a sexta-feira (10) foi de alta para o açúcar cristal, medido pelo Indicador Cepea/Esalq, da USP. A saca de 50 quilos foi negociada a R$ 155,35, contra R$ 153,36 da véspera, valorização de 1,30% no comparativo.
Rogerio Mian
Fonte: Agência UDOP de Notícias
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