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O agro como pilar da sustentabilidade
Publicado em 21/12/2021 às 10h32
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A Conferência Internacional do Clima (COP26) trouxe grandes avanços para o combate ao aquecimento global. Destacam-se o consenso sobre o mercado de créditos de carbono e a adesão do Brasil a um acordo subscrito por 104 países, fixando um corte de 30% nas emissões de metano até 2030. Entretanto, a Índia e China, altamente dependentes do carvão em suas economias, adiaram a decisão de eliminar, no curto prazo, o uso desta fonte responsável por 40% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEEs).

No Brasil, o setor agropecuário bateu recorde em suas exportações, movimentando, de janeiro a outubro, US$ 102,4 bilhões. Esta indústria será uma aliada exponencial para que o País cumpra suas metas para redução de emissões. Em reunião do Cosag - Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp, o secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Fernando Camargo, que representou a pasta na COP26, destacou a participação do agro para cumprimento das Contribuições Nacionais Determinadas do Brasil. Em 2030, a nossa agricultura vai disseminar tecnologias de baixa emissão de carbono em mais de 72 milhões de hectares.

O País poderá firmar-se ainda mais como potência agroambiental explorando o mercado internacional de créditos de carbono. Na produção agropecuária, principalmente na indústria de alimentos, energia elétrica e biocombustíveis, este mercado já conta com bases sólidas para o seu desenvolvimento. Basta visitar uma usina de cana-de-açúcar na região de São José do Rio Preto para constatar in loco a sustentabilidade na produção de açúcar, etanol e bioeletricidade.

Tais vantagens certamente serão valorizadas na composição dos preços de títulos verdes. Faz-se necessária uma sintonia com todos os níveis de discussão desse tema. O diretor geral do Agroicone, Rodrigo Lima, declarou recentemente que a COP-26 foi importante para consolidar as fundações deste mercado de carbono.

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, agregou aos debates o princípio da precaução, alertando para equívocos na condução do tema: se por um lado o mercado de carbono constitui plataforma para a promoção de inovações tecnológicas e energias renováveis, por outro corre o risco de produzir efeitos negativos, apresentando-se como barreira comercial.

Com um grande potencial para comercializar ativos verdes no mercado de carbono, o Brasil deve formular uma metodologia em que as métricas de cálculo dos títulos levem em conta a sustentabilidade de todo o nosso processo produtivo agropecuário. O mundo precisa olhar para a transição energética de uma forma responsável. Evitar-se-á que o processo gere escassez de produtos e inflação verde, ocasionada pelo desequilíbrio entre oferta e demanda. O futuro sustentável tem no agronegócio brasileiro um ator decisivo na construção da era do baixo carbono.


Jacyr Costa Filho
Presidente do COSAG- o Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp e sócio da Agroadvice.
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