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Diversas

Grupo Moreno deixa recuperação judicial
Publicado em 07/01/2022 às 10h23
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O grupo Moreno, com três usinas de cana no interior paulista, pagou R$ 1 bilhão a seus credores ontem após acertar dois financiamentos e agora encerrará o status de recuperação judicial iniciado em 2019. A operação permitiu um desconto de R$ 800 milhões na dívida inscrita na recuperação, conforme previsto em seu plano.

A companhia acertou dois empréstimos no total de R$ 700 milhões do tipo DIP (permitido nas recuperações judiciais), sendo um com a trading francesa Sucden e outro com a gestora Quadra. A Moreno ainda utilizou R$ 300 milhões de seu caixa, gerados nesta safra 2021/22, para pagar os credores.

O plano de recuperação previa que a empresa poderia vender até duas usinas ou, em alternativa, pagar R$ 1 bilhão aos credores em até três anos, de uma dívida que inicialmente alcançava R$ 1,8 bilhão. Com os novos recursos, a Moreno quitou todo o valor devido aos credores em uma só tacada e não precisará mais vender suas indústrias.

Um fundo gerido pela Quadra comprou R$ 435 milhões em Cédulas do Produtor Rural (CPR) emitidas pela Moreno, com prazo de cinco anos e a um custo equivalente à Libor 10% ao ano. Com a Sucden, o grupo acertou um contrato de pré-pagamento de exportação de US$ 40 milhões (aproximadamente R$ 250 milhões), com prazo de três anos e custo equivalente a CDI 15% ao ano.

Para a estruturação dos financiamentos, as garantias que estavam com os bancos credores foram liberadas e repassadas aos novos financiadores. Com a Quadra, foram dadas em garantia principalmente terras agrícolas, além de recebíveis e soqueiras de cana. Com a Sucden, a principal garantia foi em soqueiras de cana.

A operação de financiamento que viabiliza a saída da recuperação judicial é um ponto fora da curva na tendência das empresas do setor que tiveram dificuldades financeiras nos últimos anos e que, para sair de recuperações judiciais, em geral venderam ativos ou acabaram falindo. "É a primeira vez que vejo uma recuperação judicial encerrando com um DIP", afirmou o advogado Domicio dos Santos Neto, do Santos Neto Advogados, assessor da Sucden na operação.

Também diferentemente de outras usinas, a recuperação do grupo começou pouco antes do novo ciclo de alta dos preços de açúcar e etanol observada a partir de meados de 2020, o que apoiou sua geração de caixa. "Houve uma melhora significativa do setor, mas o grupo também fez a lição de casa, olhou os processos, contratou consultores", diz Fernanda Gonzales, sócia e managing director da BR Partners, que assessorou a usina. A empresa também foi assessorada pelo Felsberg Advogados.

A Moreno sai da recuperação com uma relação entre dívida e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) inferior a uma vez, dado um Ebitda que deve ser de R$ 900 milhões nesta safra. Segundo Gonzales, a geração de caixa da companhia e seus estoques deverão atender a necessidade de capital de giro para a próxima temporada (2022/23). Na safra atual, o grupo processou 7 milhões de toneladas de cana, mas sua capacidade permite moer até 13 milhões de toneladas por safra. A expectativa para a próxima safra é moer 8 milhões de toneladas.
Fonte: Valor Econômico
Texto extraído do boletim SCA
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