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Diversas

Bolsonaro troca comando da Petrobras e fortalece Guedes
Publicado em 24/05/2022 às 08h47
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Doze dias depois de exonerar Bento Albuquerque do Ministério de Minas e Energia, o presidente Jair Bolsonaro demitiu ontem o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho. Atual secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Mario Paes de Andrade deixará o cargo e foi convidado para ocupar o cargo. Deve ser o quarto presidente da estatal do atual governo.

Sua indicação ainda precisará passar pelo conselho de administração da empresa, que se reúne nesta quarta-feira.

Caio Mario Paes de Andrade vem sendo cotado para assumir o comando da companhia desde o fim de março, quando o general Joaquim Silva e Luna foi demitido do cargo. À época, foi preterido por Adriano Pires, que desistiu da indicação alegando conflitos de interesse com sua atividade de consultor.

Paes de Andrade é próximo ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e do novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, que também fazia parte da equipe econômica antes de substituir Bento Albuquerque. Segundo o Valor apurou, sua indicação já era esperada por interlocutores do secretário, apesar da surpresa com o fato de o anúncio ter sido feito neste momento. "Já vinham acontecendo [conversas] de uma semana para cá. Nada além disso. Eu esperava [a nomeação] mais para o meio de junho", disse uma fonte.

A alta dos preços dos combustíveis tornou-se uma preocupação central do presidente, que busca a reeleição neste ano. Bolsonaro vem criticando seguidamente a Petrobras, que desde 2016 adota uma política de preços baseada nas cotações internacionais.

Horas antes de o governo anunciar a troca na Petrobras, Bolsonaro insinuou a apoiadores, sem apresentar provas, que a Bolívia teria cortado o fornecimento de parte do gás que envia ao Brasil para favorecer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Paes de Andrade começou a participar do governo no período de transição, por indicação de Guedes. Formado em comunicação social pela Universidade Paulista, tem pós-graduação em administração e gestão pela Universidade de Harvard. É mestre em administração de empresas pela Universidade Duke, nos Estados Unidos. No entanto, seu histórico como executivo está relacionado sobretudo ao boom de internet no Brasil, entre o fim dos anos 1990 e início dos anos 2000.

No governo, exerceu o cargo de presidente do Serpro (Serviço de Processamento de Dados). A empresa foi responsável por serviços como a triagem dos cadastros do auxílio emergencial. Em entrevista ao Valor, defendeu a privatização do Serpro. Na pasta de Minas e Energia, era esperado que Sachsida tentasse emplacar alguém próximo na Petrobras. Um de seus primeiros atos foi pedir estudos para privatizar a estatal.

Paes de Andrade pode ter dificuldade de os requisitos impostos pela Lei de Responsabilidade das Estatais para assumir o comando da Petrobras. O artigo 17 estabelece a necessidade de cumprir com pelo menos uma de três pré-condições: 1) experiência profissional de, no mínimo, dez anos -- no setor público ou privado -- na área de atuação da empresa ou em "área conexa" àquela para a qual o profissional for indicado; 2) de quatro anos ocupando direção ou chefia superior em empresa "de porte ou objeto social semelhante" ao da estatal, em cargo no setor público equivalente a DAS-4 ou em cargo de docente/pesquisador naquela área; 3) de quatro anos como profissional liberal em "atividade direta ou indiretamente vinculada" ao campo de atuação da companhia.

O currículo do auxiliar de Paulo Guedes indica tratar-se de um empresário de sucesso, fundador de empresas de TI e provedor de internet. Paes de Andrade está desde 2019 no governo Jair Bolsonaro, portanto só chegaria em 2023 aos quatro anos de experiência como DAS-4 ou mais (escala hierárquica que designa cargos de confiança na administração pública).
Fonte: Valor Econômico
Texto extraído do boletim SCA
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