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Ciência brasileira no debate global sobre emissões
Publicado em 29/07/2022 às 14h26
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Uma verdadeira revolução vem acontecendo nas lavouras brasileiras desde 1970, quando técnicas avançadas de plantio, colheita e tratamento do solo foram introduzidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e outras instituições de pesquisa ligadas ao agronegócio. Graças à ciência, o Brasil se tornou um grande protagonista como exportador mundial de commodities e produtos agrícolas. A pesquisa científica brasileira não para de inovar e garantir a continuidade deste desempenho, consolidando também a participação do País na venda de produtos sustentáveis e, consequentemente, de títulos no mercado de créditos de carbono.

O desenvolvimento de metodologias nacionais de emissões de gases de efeito estufa (GEEs) por entidades como a Embrapa e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) é um primeiro passo para que o Brasil tenha credibilidade internacional na transação de produtos e na precificação de títulos "verdes". É essencial que as métricas de cálculo de GEEs tenham embasamento científico e sejam verificáveis por outros países interessados em adquirir produtos com baixo carbono produzidos pelo Brasil.

Atualmente, estudam-se várias modelagens para estimar as emissões de GEEs ao redor do mundo. Na União Europeia, onde as discussões estão mais avançadas, as mensurações obedecem a critérios rígidos, mas que têm contextos agronômicos, econômicos e socioambientais completamente diversos dos observados nos países em desenvolvimento, como o Brasil. Verifica-se, por exemplo, que a produção agropecuária europeia, graças ao clima temperado, exige uso menor de insumos do que o observado em regiões tropicais.

Com isso, existe o risco de que o modelo adotado pela UE seja replicado em potências como os Estados Unidos e Japão, representando ameaça para os países que não possuem ainda um inventário confiável de emissões. Neste cenário, produtos desses países correm o risco de ser sobretaxados internacionalmente. O Brasil precisa, portanto, intensificar os processos em relação às métricas para que isso não ocorra.

Estas considerações estão em linha com o alerta do especialista Ângelo Costa Gurgel, da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (EESP-FGV) e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), durante a última reunião do COSAG - Conselho Superior do Agronegócio da FIESP. Faz-se imprescindível, deste modo, desenvolver metodologias de emissões que evidenciem as particularidades da agricultura tropical, assegurando que as métricas retratem a nossa realidade.

O trabalho dos cientistas brasileiros tem como fundamentos a credibilidade e a quantificação verificável das emissões de GEEs. O Programa RenovaBio, também fruto da modelagem científica brasileira, é um bom exemplo da conjugação entre estes dois fatores.

*Artigo originalmente publicado no Radar Econômico.
Jacyr Costa Filho
Presidente do Cosag - Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp e sócio da Consultoria Agroadvice
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