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Curiosidades

Brasil pode ser líder em energia, diz especialista
Publicado em 17/08/2022 às 10h25
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Em mundo que passa por disrupções e que precisa reduzir as emissões de carbono ao mesmo tempo em que garante a segurança energética da população, o Brasil está bem posicionado para ser um líder no setor de energia, disse ontem Carlos Pascual, vice-presidente sênior de energia global e geopolítica da S&P Global Commodity Insights, umas das principais consultorias do setor no mundo.

Para ele, o mundo passa por um momento de volatilidade "sem precedentes", que envolve todos os aspectos da política, economia, segurança, tecnologia e comércio globais. "Passamos por um choque de commodities que aumentou preços para todo o mundo", disse.

Em conversa com jornalistas, ele elogiou a diversificação da matriz energética brasileira, com hidrelétricas, biocombustíveis, energia solar e eólica, além de petróleo e gás. "O Brasil é um país com uma abundância de recursos que pode torná-lo um líder no processo de transição energética. A matriz de energia brasileira pode ser limpa, sustentável, confiável e prover uma fundação para um forte desenvolvimento econômico."

Com longa carreira no serviço diplomático dos EUA, Pascual liderou embaixadas americanas na Ucrânia e no México. A experiência como embaixador lhe permite traçar cenários sobre a conjuntura geopolítica global. Ontem, em apresentação a executivos no Rio, ele disse é possível que ocorra um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, mas que as sanções europeias à energia russa geraram fortes mudanças que podem colocar em xeque a integração europeia.

Pascual acredita que a guerra na Ucrânia inaugurou um período de "choques" globais, que vão afetar os planos de empresas e países e gerar mudanças políticas, tecnológicas, comerciais e na cadeia de suprimentos: "Mudanças vão acontecer e precisamos entender como atender às necessidades econômicas para que as indústrias e países cresçam ao mesmo tempo em que atendemos às necessidades técnicas para reduzir emissões", disse.

Nesse cenário, Pascual apontou a necessidade de que países e empresas contem com planos alternativos, que garantam a continuação dos esforços para redução das emissões em diferentes cenários.

Ele disse ser inegável, por exemplo, que o mundo caminha em direção à eletrificação da frota de veículos, mas lembra que isso vai depender da produção de baterias e do suprimento de minerais como cobalto e lítio, o que é um cenário incerto, dado que a produção desses minerais muitas vezes vem de regiões instáveis. "O Brasil, por exemplo, se encontra numa posição em que os biocombustíveis podem ajudar o país a manter um perfil de baixas emissões enquanto constrói uma infraestrutura para os veículos elétricos."

Pascual disse que o petróleo e o gás ainda vão ser importantes para a economia global ao menos até a próxima década. "O Brasil tem potencial para investir em digitalização e outras tecnologias que reduzam o carbono desse petróleo, de modo que a demanda seja atendida pela produção com o teor de emissões mais baixo possível."

Sobre o hidrogênio, fonte que vem sendo apontada como alternativa para setores de difícil abatimento de emissões de carbono, Pascual afirmou que será necessário que esse combustível se mostre economicamente competitivo. Para o especialista, o hidrogênio vai ser uma alternativa principalmente em projetos que combinem diferentes usos industriais com a geração de energia e outras demandas. "Pode ser extremamente interessante ver como o hidrogênio pode ser competitivo numa região como o Porto do Açu", disse.

O porto no norte do Estado do Rio tem um projeto de pesquisa e desenvolvimento em hidrogênio, conduzido pela Shell. "O Brasil tem os recursos, a capacidade técnica e a capacidade industrial que tornam a inovação possível, inclusive em áreas como captura de carbono e hidrogênio", disse Pascual. Ele afirmou que a Amazônia pode ser fonte de compensação de emissões. "A preservação da floresta e a adoção de práticas de agricultura que reduzam as emissões de carbono podem colocar o Brasil numa posição crítica para a compensação de emissões, num mercado que está sendo criado agora e que pode trazer recursos e investimentos para o país."
Fonte: Valor Econômico
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