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Curiosidades

Quem diz Açúcar, diz Brasil
Publicado em 23/07/2013 às 00h00
Os engenhos podiam ser classificados em três formas diferentes:



-De acordo com a localização geográfica;
-Conforme o tipo de propriedade;
-De acordo com a força motriz.



Se estavam no litoral ou nas margens de rios chamavam-se de "Beira-mar". Estes eram, em geral, os mais antigos e os maiores; os que ficavam mais para o interior, chamavam-se "da Mata ou Terra adentro", eram menores e gastavam muito para transportar o açúcar.



Quanto à propriedade, eram classificados como "Régios", isto é, construídos com financiamento da Coroa. Os "Corporativos" eram os que pertenciam às ordens religiosas - jesuítas, carmelitas, beneditinos - que produziam açúcar da mesma forma que todos os outros proprietários, empregando mão de obra escrava indígena e africana e comercializando no mercado, como os demais. Os Jesuítas, entre todas as ordens religiosas, foram os maiores proprietários de engenhos no Brasil.



A classificação mais comum para definir um engenho tinha, entretanto, a ver com o tipo de força que se usava para faze-lo moer.



Existiam os Engenhos Reais, que eram os maiores e movidos a água. Outros tipos eram os Trapiches, Engenhocas ou Molinotes, movidos a tração animal, comumente por bois e raramente por cavalos. Eram menores e menos produtivos.



"Ainda que o nome de Engenho compreenda todo o edifício, com as oficinas e casas necessárias para moer a cana, cozer e purgar o açúcar... o mesmo é dizer... Engenho que Casa de Moer a Cana". Com essa afirmação percebe-se que a Casa da Moenda foi, com certeza, o equipamento mais importante do engenho.



Esta consistia em um sistema de tambores em forma de cilindros, onde a cana era prensada para a extração do melado. Nas primeiras moendas empregavam-se grandes e pesadas pedras-mó, onde eram espremidos os pedaços de cana. Posteriormente este trabalho foi aperfeiçoado e passou a ser utilizado um sistema de cilindro com dois tambores horizontais juntos. Mas, somente no século XVII é que a moenda foi modernizada e os tambores passaram a ser arrumados na posição vertical e ligados a um outro tambor que funcionava como eixo.



A cana era trazida por carros de boi ou em barcos e era depositada nessa Casa do Engenho, que era sempre uma construção muito grande. Para se ter uma idéia desse tamanho, além de toda a cana que era depositada nela, precisava-se de muitos bois para mover certos tipos de moenda.



Na moenda, a cana era espremida e o caldo recolhido em gamelas sendo depois levado às caldeiras.



O processo do fabrico do açúcar pode ser resumido da seguinte forma:



- Na moenda, a cana era prensada e transformada em garapa;
- Nas caldeiras, cozia-se ou apurava-se o caldo em várias temperaturas diferentes, para purificá-lo e levá-lo aos tachos, onde também era cozido até chegar ao ponto ideal, que era reconhecido pelo mestre de açúcar;
- Dos tachos, o produto era transferido para as formas, que eram de barro e serviam para filtrar a água que ainda havia no mel;
- O líquido ou melado era finalmente levado para a "casa de purgar", onde ficava por cerca de duas semanas, até endurecer, cristalizar, virar açúcar. Algumas vezes, antes disso, acrescentava-se barro ao açúcar, para torná-lo mais branco;
- Entre 4 e 6 semanas o açúcar estava cristalizado e tinha o mesmo formato dos recipientes em que era colocado. Neste estágio, ele era chamado "pão de açúcar". Na parte de cima deste "pão" o açúcar era branco e, embaixo, aparecia um açúcar mais escuro que se chamava de açúcar mascavo;
-Depois de todo este processo, o açúcar era finalmente colocado em caixas e enviado para a Europa.
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