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USDA: Índia avança forte na oferta da safra nova 2020/21
Publicado em 11/01/2021 às 14h07
Os dados mais recentes do segundo relatório semestral do USDA sobre a oferta e demanda de açúcar da Índia mostram uma tendência de forte recuperação produtiva no país em função de uma temporada de monções com chuvas acima da média histórica dos últimos 50 anos. Em função desta elevação da oferta os estoques devem se manter elevados com pressões das indústrias para exportações e ampliação do blend de etanol na gasolina.

Em um espaço muito pequeno e através de um comentário suscinto, o USDA apontou que a oferta segue em alta em função do aumento da área plantada na Índia. Porém, desde junho de 2020 a SAFRAS & Mercado vem alertado aos seus clientes de consultoria que uma temporada de monções com volumes muito acima da média histórica também era um vetor de forte recuperação nos canaviais indianos na temporada atual 2020/21 que começou em outubro de 2020. A expectativa do USDA é que a oferta final da safra nova deva chegar a 33 milhões de toneladas, acima do volume indicado pela India Sugar Mills Association [ISMA] que visualiza uma oferta de 30,5 milhões de toneladas. Estes números se mostram abaixo do que a SAFRAS & Mercado projeta em 35 milhões de toneladas.

O USDA também fala em seu pequeno comentário sobre a Índia que a demanda deve ser recorde diante do crescimento da economia e que os estoques devem atender na temporada atual apenas sete meses de demanda. Porém a SAFRAS & Mercado observa também que a economia da Índia é uma das mais afetadas pela crise do Covid-19 com o PIB do segundo trimestre de 2020 tendo caído 23,9% no ano e o do terceiro trimestre recuado outros 7,5%, também no comparativo anual. Logo, esta "demanda recorde" que o USDA observa tende a ser negativamente ajustada, ou no relatório de maio de 2021 ou no de novembro do próximo ano. Esta oferta elevada com demanda depreciada e estoques altos faz com que nem mesmo os subsídios a exportação de 6 milhões de toneladas de açúcar sejam suficientes para neutralizar as pressões das usinas sobre o governo local.

Neste contexto ecoam-se os brados já dentro do governo sobre a "necessidade" de se antecipar a meta do E-20 prevista para 2030 para 2025 ou até mesmo para o fim de 2023. Porém é vital observar que sequer a meta de E-10 estimada para 2021 deva ser cumprida pelo país, dado o tom limitado ainda de capacidade produtiva da Índia. Mas é claro que a tendência já está dada no mercado. Em 2020 a mistura acabou ficando 4,8% contra 2,3% de 2019, sendo que para fins de 2021 a meta de 10% seja efetivamente cumprida entre 8% 9% no máximo.

Voltado ao relatório do USDA, e olhando mais atentamente os dados mais recentes de novembro de 2020, temos a indicação de uma produção de 33,76 milhões de toneladas na safra 2020/21, que representa uma alta de 12,82%, ou 3,83 milhões de toneladas, sobre o volume da safra internacional 2019/20 que fora de 29,92 milhões de toneladas. Comparando com o relatório de maio de 2020 temos uma queda de 14,49% ou 5,72 milhões de toneladas quando até então se estimava uma oferta de 39,48 milhões de toneladas. Pelo lado da demanda interna temos uma alta de 5,56%, ou 1,5 milhão de toneladas, entre a temporada 2019/20 e a 2020/21 onde o consumo interno deve passar de 27,00 para 28,50 milhões de toneladas. No relatório de maio a expectativa já era de 28,5 milhões de toneladas.

Com isto o saldo do balanço entre a oferta e a demanda tende a se mostrar superavitário em 5,26 milhões de toneladas, indicando uma alta de 79,83%, com elevação de 2,33 milhões de toneladas, sobre o superávit de 2,92 milhões de toneladas calculados sobre a temporada 2019/20. Comparando com o relatório de maio de 2020 temos uma queda de 52,09% ou 5,72 milhões de toneladas quando até então se estimava um superávit de 10,98 milhões de toneladas. Neste meio tempo os estoques finais da safra 2020/21 tendem a ficar em 14,87 milhões de toneladas, com um avanço de 260 mil toneladas entre a safra 2019/20 e a 2020/21, indicando uma alta de 1,78% entre as duas temporadas. Comparando com o relatório de maio de 2020 temos uma queda de 14,61% ou 5,54 milhões de toneladas quando até então se estimava um volume de 17,41 milhões de toneladas.

Esta alta nos estoques finais deve conduzir a relação Estoque/Consumo para a faixa de 52,19%, com um recuo de 1,94 pontos porcentuais sobre o nível da safra anterior que fora de 54,13%. Comparando com o relatório de maio de 2020 temos uma queda ainda maior, de 8,93 pontos porcentuais quando até então se estimava uma relação de 61,12 milhões de toneladas. A relação Estoque/Consumo se mostra em queda diante do aumento da demanda interna em 5,56% embora os estoques tenham aumentado em 1,78%. Com isto o índice entre a capacidade de atendimento da demanda por parte dos estoques finais da safra se aproxima do nível médio das últimas nove safras que oscila em 46,36%.

Os estoques iniciais da temporada 2020/21 deverão oscilar em 17,41 milhões de toneladas, apontando para uma queda de 1,11% sobre o volume de 17,61 milhões de toneladas da safra passada, o que significa uma queda de 195 mil toneladas. Comparando com o relatório de maio de 2020 temos uma queda de 19,19% ou 2,80 milhões de toneladas quando até então se estimava um volume de 14,61 milhões de toneladas. Já as importações da safra 2020/21 deverão ter uma alta de 100 mil toneladas, ou 11,11%, saindo de 900 mil para 1,00 milhão de toneladas. Comparando com o relatório de maio de 2020 temos uma queda de 16,67% ou 200 mil toneladas quando até então se estimava um volume de importação de 1,20 milhão de toneladas. Por sua vez as exportações deverão crescer 3,45% ou 200 mil toneladas entre as safras 2019/20 e 2020/21 saindo de 5,8 para 6 milhões de tonelada. Comparando com o relatório de maio de 2020 temos uma alta de 20,00% ou 1,00 milhão de toneladas quando até então se estimava uma exportação de 5,00 milhões de toneladas.
Fonte: Safras & Mercado
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