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Preocupações com oferta deixam mercados de açúcar muito voláteis em maio
Publicado em 28/05/2021 às 14h32
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Os preços internacionais do açúcar apresentaram grande volatilidade em maio, após uma forte alta em abril. Os contratos com entrega em julho do açúcar bruto negociados em Nova York fecharam a sessão do dia 27 de maio a 17,12 centavos de dólar por libra-peso, alta de 0,82% em relação à última cotação de abril (16,98 centavos de dólar por libra-peso no dia 30) após estabelecerem máximas de dois meses, a 18,25 centavos, no dia 12, antes de afundarem para uma mínima de um mês, no dia 24 (a 16,83 centavos).

Já os contratos do açúcar branco da ICE Futures Europe (Bolsa de Londres) com vencimento em agosto mês fecharam a sessão de 27 de maio cotados a US$ 457,50 por tonelada, acumulando alta de dois por cento no mesmo período.

As altas iniciais dos contratos futuros do açúcar foram impulsionadas por preocupações com o persistente clima seco no Centro-Sul do Brasil, que deve afetar a produtividade dos canaviais na safra 2021/22. Ao mesmo tempo valorização do real ante o dólar pode desestimular a exportação do país, na medida em que tira a competitividade do açúcar brasileiro no mercado internacional.

De acordo com a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), a produção brasileira de açúcar deverá cair 5,7% para 38,9 milhões de toneladas em 2021/22 depois do recorde obtido em 2020/21, quando o país produziu 41,25 milhões de toneladas.

Porém, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a maior produção na União Europeia, Índia e Tailândia mais do que compensará o declínio previsto para o Brasil. A produção global de açúcar deverá crescer para 185,537 milhões de toneladas na temporada 2021/22, ante 179,855 milhões de toneladas em 2020/21, ou 3%, disse o USDA em relatório semestral de acompanhamento do mercado internacional de açúcar. O USDA projetou que a demanda global do adoçante totalizará 174,408 milhões de toneladas em 2021/22, um novo recorde, ante as 171,802 milhões de toneladas apontadas para 2020/21 (alta de 1,5%). Assim, o mercado internacional de açúcar terá que lidar com um excedente de oferta de 11,13 milhões de toneladas em 2021/22, após superávit de 8,05 milhões de toneladas em 2020/21.

Completou um cenário de menos otimismo e mais preocupação para o mercado internacional de açúcar no final do mês de maio um receio com um incremento nas exportações da Índia. As usinas locais começaram a vender o adoçante sem o apoio de subsídios governamentais, em movimento que pode fazer com que as exportações do país em 2020/21 avancem 14% em relação ao ano passado, para um recorde de 6,5 milhões de toneladas, conforme agências internacionais de notícias.
Fábio Rübenich
Fonte: Safras & Mercado
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