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Diversas

Autoprodutores apostam em projetos híbridos
Publicado em 30/08/2021 às 09h13
O risco de escassez de energia ampliou o interesse das empresas eletrointensivas em investir na autoprodução, principalmente em complexos eólicos e fotovoltaicos. Projetos híbridos têm se mostrado um arranjo vantajoso, pois compartilham as mesmas linhas de transmissão para a eletricidade gerada por fontes distintas, de dia e à noite.

No dia 18, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) abriu a segunda fase da consulta pública sobre a criação de normas para usinas híbridas no Brasil. A proposta é preparar um ambiente regulatório adequado aos novos empreendimentos, evitando a redistribuição de custos da rede e a criação de subsídios cruzados, informa a agência. Na primeira fase, foram recebidas 141 contribuições de 28 participantes.

Nos próximos cinco anos, os projetos de autoprodução devem receber R$ 25 bilhões de aportes privados, equivalentes a 5 Gigawatts (GW) de capacidade instalada, estima a Associação Brasileira de Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape). Suas 16 empresas filiadas têm capacidade instalada de 20 GW, a metade proveniente de geração própria.

Há em torno de 400 autoprodutores brasileiros em operação. "O país ganha com isso, pois o sistema energético recebe recursos privados, o que libera energia para os consumidores que não quiserem investir", afirma o presidente da Abiape, Mário Luiz Menel da Cunha. Ele lembra que a grande motivação das empresas é a busca do controle do abastecimento, para reduzir os riscos do negócio.

A Suzano, fabricante de bioprodutos derivados do eucalipto, anunciou em maio a construção de uma nova fábrica de R$ 14,7 bilhões em Ribas do Rio Pardo, no Mato Grosso do Sul, um dos maiores investimentos privados em curso no Brasil. Com previsão de entrada em operação no primeiro trimestre de 2024, o empreendimento vai produzir 2,3 milhões de toneladas de celulose por ano e adicionar 380 Megawatts (MW) à potência instalada da empresa, que é hoje de 1,3 GW.

A eletricidade gerada por caldeiras de vapor no processo industrial será consumida na própria fábrica, que terá 180 MW médios de excedente exportável.

"No passado a gente vendia celulose, hoje a gente vende energia renovável", afirma o gerente executivo de energia da Suzano, Paulo Squariz. A empresa tem focado sua estratégia na criação de produtos para fortalecer a bioeconomia global, como o bioóleo e a viscose, fibra artificial de celulose utilizada na indústria têxtil.

"Em um mercado de 106 milhões de toneladas, a viscose representa somente 6 milhões", informa. "Estamos trabalhando para aumentar essa participação, de forma a substituir o algodão, grande consumidor de água, e outras 80 milhões de toneladas derivadas de petróleo."

Outra referência em autogeração é a Klabin, maior produtora e exportadora de papéis do país. Sua fábrica em Ortigueira (PR) tem capacidade de gerar 270 MW de energia renovável a partir do vapor produzido pelas caldeiras de licor negro e biomassa.

A unidade tem autossuficiência energética e gera um excedente de até 120 MW para o Sistema Interligado Nacional (SIN). A empresa tem como meta para 2030 garantir, no mínimo, 92% da matriz energética proveniente de fontes renováveis e a compra de 100% de energia limpa certificada.

A Votorantim Cimentos tem mais de um terço do seu consumo de energia elétrica proveniente de usinas hidrelétricas próprias ou de concessões. Em torno de 23% da energia térmica consumida pela empresa vem de combustíveis renováveis feitos de resíduos como pneus velhos, caroço de açaí e combustível derivado de resíduo urbano.

"Temos como meta de sustentabilidade para 2030 alcançar, globalmente, 45% de energia elétrica renovável, 60% no Brasil", informa o diretor global de sustentabilidade, Álvaro Lorenz. "Por isso, firmamos um acordo com a Votorantim Energia para construir em conjunto um parque eólico no Nordeste, com capacidade de 220 MW." A partir da entrada em operação do empreendimento, em 2023, a empresa prevê a redução de 90 mil toneladas nas emissões de CO2.

Maior produtora de aço da América Latina, a Ternium usa gases e vapor da produção industrial para gerar energia elétrica em sua fábrica no Rio de Janeiro. "Em vez de queimar gases no processo, levamos o gás até as turbinas para gerar energia, o que traz mais eficiência ao processo de produção e garante nosso total abastecimento de energia elétrica", explica o vice-presidente de operações, Titus Schaar.

A metade dos 490 MW gerados pela termelétrica é consumida pela empresa e o restante, vendido a diversas distribuidoras do Brasil.
Fonte: Valor Econômico
Texto extraído do boletim SCA
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