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Negócios no milho voltam a ficar travados no Brasil
Publicado em 13/10/2023 às 14h46
Foto Notícia
O mercado brasileiro de milho registrou mais uma semana de negócios travados, em meio ao impasse entre produtores e consumidores no que tange aos preços. O feriado de quinta-feira e a expectativa do mercado com relação ao relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos para o mês de outubro deixaram a comercialização no Brasil bastante travada do meio de semana em diante.

Segundo a SAFRAS Consultoria, os compradores seguem apostando em um movimento de queda nos preços para fazer maiores aquisições, enquanto os vendedores seguem observando o comportamento do câmbio para decidir ampliar ou reduzir as fixações de oferta.

O movimento de apreciação do real frente ao dólar na semana acabou contribuindo para que houvesse um declínio na paridade de exportação nos portos de Paranaguá (PR) e de Santos (SP), o que levou os produtores a disponibilizar um volume maior de lotes do cereal, especialmente em São Paulo e no Paraná, muito embora os preços no cenário doméstico tenham permanecido de estáveis a mais altos durante a semana.

No cenário internacional, os preços operaram em queda em boa parte da semana, pressionados pelo andamento da colheita nos Estados Unidos e pela demanda ainda enfraquecida. Porém, reagiram a partir de quinta-feira depois que o Departamento de Agricultura do País (USDA) reduziu a expectativa da safra e de estoques finais de passagem da safra 2023/24.

USDA

Os Estados Unidos deverão colher 15,064 bilhões de bushels na temporada 2023/24, abaixo dos 15,134 bilhões indicados em setembro. O mercado trabalhava com uma estimativa de produção de 15,1 bilhões de bushels. A produtividade média em 2023/24 deve atingir 173 bushels por acres, aquém dos 173,8 bushels por acres apontados no mês passado e dos 173,5 bushels por acre esperados pelo mercado. A área a ser plantada deve ficar em 94,9 milhões de acres, sem alterações frente ao relatório anterior. A área a ser colhida foi prevista em 87,1 milhões de acres, sem mudanças frente ao mês passado, enquanto o mercado esperava uma área de 86,7 milhões de acres.

Os estoques finais de passagem da safra 2023/24 foram estimados em 2,111 bilhões de bushels, inferior em relação aos 2,221 bilhões de bushels previstos no mês passado e aos 2,145 bilhões de bushels esperados pelo mercado. As exportações em 2023/24 foram indicadas em 2,025 bilhões de bushels, contra os 2,050 bilhões de bushels previstos em setembro. O uso de milho para a produção de etanol foi indicado em 5,300 bilhões de bushels, similar ao indicado no mês passado.

A safra global 2023/24 foi projetada em 1.214,47 milhão de toneladas, um pouco acima das 1.214,29 milhão de toneladas indicadas em setembro. O USDA estimou estoques finais da safra mundial 2023/24 em 312,4 milhões de toneladas, abaixo das 313,99 milhões de toneladas indicadas no mês passado e das 313 milhões de toneladas previstas pelo mercado.

A safra dos Estados Unidos em 2023/24 foi indicada em 382,65 milhões de toneladas, contra 384,42 milhões de toneladas previstas em setembro. A estimativa de safra brasileira é de 129 milhões de toneladas em 2023/24, sem alterações. A produção da Argentina deve atingir 55 milhões de toneladas, contra as 54 milhões de toneladas previstas em setembro. A Ucrânia teve sua projeção de safra mantida em 28 milhões de toneladas na temporada 2023/24 e a África do Sul teve a safra indicada em 16,8 milhões de toneladas, sem mudanças. A China teve a estimativa de produção para 2023/24 mantida em 277 milhões de toneladas.

A safra global 2022/23 foi projetada em 1.154,99 milhão de toneladas, contra as 1.155,62 milhão de toneladas indicadas em setembro. O USDA estimou estoques finais da safra mundial 2022/23 em 298,13 milhões de toneladas, abaixo das 298,4 milhões de toneladas previstas pelo mercado e das 299,47 milhões de toneladas indicadas no mês passado.

Preços internos

O valor médio da saca de milho no Brasil foi cotado a R$ 56,45 na quarta-feira (11), alta de 0,82% frente aos R$ 55,99 registrados na semana passada. No mercado disponível ao produtor, o preço do milho em Cascavel, Paraná, foi cotado a R$ 52,00, estável frente à última semana. Em Campinas/CIF, a cotação ficou em R$ 64,00, aumento de 1,59% frente aos R$ 63,00 praticados na semana anterior. Na região da Mogiana paulista, o cereal foi cotado a R$ 58,00, avanço de 1,75% frente aos R$ 57,00 registrados na semana passada.

Em Rondonópolis, Mato Grosso, a cotação da saca ficou em R$ 45,00, sem mudanças frente à semana anterior. Já em Erechim, Rio Grande do Sul, o preço continuou em R$ 63,00 na venda. Em Uberlândia, Minas Gerais, o preço na venda subiu 1,85%, de R$ 54,00 para R$ 55,00 a saca. E em Rio Verde, Goiás, o preço na venda baixou 2%, de R$ 50,00 para R$ 49,00 ao longo da semana.

Exportações

As exportações de milho do Brasil apresentaram receita de US$ 530,023 bilhões em outubro (5 dias úteis), com média diária de US$ 106,004 milhões. A quantidade total de milho exportada pelo país ficou em 2,347 milhões de toneladas, com média de 469,588 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 225,70.

Em relação a outubro de 2022, houve alta de 5,5% no valor médio diário da exportação, aumento de 31,5% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 19,8% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Arno Baasch
Fonte: Safras & Mercado
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