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Diversas

Por que a brasileira macaúba é a planta da vez na produção de biocombustíveis
Publicado em 29/02/2024 às 15h58
Foto Notícia
“Escolhemos a macaúba como a principal matéria-prima do futuro.” Assim Marcelo Cordaro, vice-presidente de Novos Negócios da Acelen, justifica o investimento alto nessa matéria-prima riquíssima em óleo. Boa parte dos mais de R$ 12 bilhões anunciados pela empresa para combustíveis renováveis está sendo destinado à palmeira - R$ 8,5 bilhões, mais especificamente.

Controladora da refinaria de Mataripe, na Bahia, a Acelen não foi a única a crescer os olhos para a macaúba. Outras empresas e diversos institutos de pesquisa perceberam que essa planta nativa do Brasil amadureceu no mercado. “Nunca vi tanta gente falando ‘macaúba’ em tantos lugares”, diz Cordaro.

Nos Emirados Árabes, por exemplo, o termo pegou. Proprietária da Acelen, a Mubadala Capital, braço de investimentos do fundo soberano de Abu Dhabi, deixou de lado o estrangeirismo “macauba palm” para incorporar a macaúba em sua plenitude, começando pelo nome. Interessada numa cadeia verticalizada para produzir biocombustível, a companhia vislumbrou na cultura dessa palmeira as dimensões ideais para o negócio.

Fruto da Macaúba usado na produção de biocombustível Foto: Luiz Henrique Chorfi Berton

Em primeiro lugar, pela disponibilidade de ambientes para o seu cultivo. A macaúba ocorre, natural e espontaneamente, do México ao sul de São Paulo. No Brasil, forma grandes e densos maciços, em especial nos cerrados de Minas Gerais. Mas está por quase todo o mapa: além de Minas e São Paulo, pode ser vista em GoiásTocantinsMato Grosso do SulMato GrossoAmazonasRoraimaParáMaranhãoPiauíCearáBahia.

Essa dispersão, até mesmo por regiões secas, é uma diferença importante em relação ao dendê, seu concorrente mais próximo no mercado, que depende da pluviosidade para o cultivo comercial e, por isso, acaba restrito a regiões da linha do Equador.

Outro diferencial da macaúba é a produtividade. Ela produz sete a oito vezes mais óleo por hectare/ano do que a soja, por exemplo. O produto, vindo do fruto, pode ser usado para a produção do diesel verde, o HVO (Hydrotreated Vegetable Oil, na sigla em inglês), e do querosene sustentável de aviação, o SAF (Sustainable Aviation Fuel). A Acelen pretende produzir ambos de olho no mercado externo, onde eles já são aprovados para comercialização e consumo. A previsão da refinaria é de, em dez anos, gerar 20 mil barris/dia de óleo vegetal (macaúba, especialmente), cerca de 1 bilhão de litros ao ano, equivalente ao abastecimento anual de 1,1 milhão de veículos.
 
Por MÔNICA MANIR
Fonte: Estadão
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