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Preços da soja podem oscilar mais com efeitos do clima na nova safra dos EUA
Fatores climáticos também vão determinar o tamanho da produção de inverno de milho, diz StoneX
Publicado em 04/04/2024 às 07h31
Foto Notícia
O foco dos investidores que atuam no mercado de soja deve se voltar agora para os Estados Unidos, que iniciam o plantio da safra 2024/25 no fim de abril. Neste momento, o mercado climático, como é conhecido o período de desenvolvimento das lavouras, pode causar oscilações mais acentuadas nas cotações da soja, como ocorreu em 2023, avaliou em relatório a analista Ana Luiza Lodi, da StoneX.

“Caso haja alguma ameaça climática, os preços da oleaginosa poderão ter momentos de picos, além de condicionar uma maior volatilidade”, afirmou a analista em relatório.

Os dados de intenção de plantio divulgados na semana passada pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) indicam que a área plantada de soja no país vai crescer de 33,8 milhões de hectares para 35 milhões de hectares. Mesmo com os preços em queda, a soja recuou menos que o milho, o que estimularia os produtores americanos a investir mais na oleaginosa, segundo a StoneX. No entanto, esse número ainda pode mudar, levando-se em conta que o produtor americano prefere o plantio de milho à soja.

No primeiro trimestre, os preços da soja mantiveram tendência de baixa, em um contexto mundial de produção superando o consumo em 15 milhões de toneladas, aproximadamente. O contrato contínuo da soja na bolsa de Chicago registrou queda de 7,8% desde o começo do ano, fechando março em US$ 11,91 por bushel.

O Brasil teve perdas com o clima, mas ainda terá uma safra robusta. A StoneX estima a safra brasileira de soja em 150,8 milhões de toneladas.

A safra da Argentina apresenta ampla recuperação e deve ficar em torno de 50 milhões de toneladas.

Do lado da demanda, há preocupações com o avanço ainda lento do consumo pela China, que recompôs estoques no ano passado com produto brasileiro. Há perspectiva de que a China continue limitando as importações dos EUA, enquanto busca soja brasileira.

No mercado brasileiro, a perspectiva de consumo é positiva, com o aumento da mistura de biodiesel no diesel de 12% para 14% desde o início de março.

De acordo com as estimativas da StoneX, o consumo de óleo de soja para biodiesel deve crescer cerca de 27% em 2024, ultrapassando 7,3 milhões de toneladas, o que tende a dar sustentação para commodity no mercado doméstico.

Milho

O clima nas próximas semanas será determinante para definir o tamanho da safra de inverno de milho no país, na avaliação da analista Ana Luiza Lodi, da StoneX. Previsões meteorológicas indicando que abril pode ser mais seco que o normal indicam que pode haver mudança no tamanho da safrinha, afirmou a analista em relatório.

A StoneX espera que a produção da segunda safra 2023/24 alcance 96,1 milhões de toneladas, contra 108,4 milhões na safra passada, queda de 11,3%.

No primeiro trimestre, as cotações do milho mantiveram tendência de queda registrada no ano passado, graças à combinação de oferta sem grandes ameaças e desaceleração do consumo. O contrato contínuo em Chicago teve queda de 6,2% desde o início do ano. Na B3, o contrato de milho recuou 15%, fechando março em R$ 60,30 por saca.

Lodi citou como outro ponto de atenção a nova safra nos EUA, que começa a ser plantada em abril. A intenção de área plantada no país é de 36,44 milhões de hectares, mas esse número pode ser revisto por causa de possíveis impactos do fenômeno La Niña, que deixa o clima mais seco.

Excluindo o risco climático, a expectativa é de consumo em desaceleração e produção global robusta, sem grandes riscos. O contrato contínuo em Chicago registra perdas de 6,2% desde o início do ano, enquanto o milho na B3 acumulou um recuo de 15%, encerrando março em R$ 60,30 por saca.

A safra americana 2023/24 encerrou com produção recorde de 389,7 milhões de toneladas. A produção ucraniana ficou perto de 30 milhões de toneladas, enquanto as estimativas para a Argentina são de uma safra de 55 milhões de toneladas. A China, segunda maior produtora mundial de milho, também colheu uma safra muito favorável, segundo a analista.

No mundo, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a produção mundial de milho deve ficar 18 milhões de toneladas acima do consumo, com elevação dos estoques globais para 319,6 milhões de toneladas.

O consumo na China está no radar, diante das preocupações com o uso do milho para ração. O setor de suínos enfrentou sobreoferta em 2023. O país também tem melhorado a produtividade das suas lavouras de milho com a introdução de transgênicos.

Nos EUA, a perspectiva é de consumo avançando de forma mais lenta que a produção.
Por Cibelle Bouças --- Belo Horizonte
Fonte: Globo Rural
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