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Diversas

Custo de transporte de grãos para a Ásia recua no país
Com queda do frete marítimo, valor para escoar via RS e MA caiu 19% no ano passado, diz EsalqLog
Publicado em 23/04/2024 às 08h10
Foto Notícia
O custo do transporte de grãos do Brasil até os portos da Ásia e da Europa caiu em 2023 em praticamente todos os corredores logísticos usados para escoamento, apesar das turbulências ocorridas na esteira da guerra na Faixa de Gaza, iniciada em outubro do ano passado.

As rotas que tiveram maior desvalorização no ano foram as dos portos do Rio Grande do Sul e do Maranhão. O custo de transporte dos grãos que saíram pelo porto de Rio Grande com destino à China caiu 19%. Foi a mesma queda registrada no custo para escoamento pelo porto de São Luiz, também para o mercado chinês, conforme um levantamento feito pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística da Escola Superior “Luiz de Queiroz” (EsalqLog).

Segundo Thiago Péra, coordenador do grupo, o que gerou o alívio nesse custo foi a redução do preço do frete marítimo entre 2022 e 2023, o que compensou a alta no transporte rodoviário registrada no período.

Os fretes marítimos começaram a recuar em 2022, mas ainda estavam acima dos patamares pré-pandemia. No último trimestre de 2023, a guerra no Oriente Médio e os ataques houthis no Mar Vermelho fizeram os fretes marítimos disparar para níveis acima de 2022, mas os valores cederam recentemente e já voltaram para patamares abaixo da média daquele ano, observa o advogado Larry Carvalho, especialista em logística.

As melhores opções de originação para os compradores de grãos brasileiros são o Rio Grande do Sul e Maranhão, já que ambos os Estados têm uma distância mais curta entre a zona produtora e o porto. Por outro lado, o custo do frete da soja que sai de Mato Grosso — maior Estado produtor do país — teve uma redução de 6% na comparação entre 2022 e 2023 quando escoados pelos portos do Arco Norte, e de apenas 4% quando transportado pelo Porto de Santos (SP), segundo o estudo.

O custo para levar os grãos para a Europa, considerando o porto de Hamburgo, na Alemanha, como destino, também teve queda mais relevante nas rotas de saída por Rio Grande do Sul e Maranhão — o declínio foi de 13% e 11%, respectivamente. Já o custo para levar cargas de grãos desde Mato Grosso até o porto alemão, seja pelo Arco Norte, seja pelo porto de Santos, chegou a registrar um leve aumento, de 1% em ambos os casos.

Os portos do Arco Norte já se mostram bem mais competitivos do que os do Sudeste e Sul para os grãos colhidos nas fazendas localizadas no norte de Mato Grosso, enquanto para as propriedades localizadas na região central do Estado, a competição é mais acirrada.

“Os grãos do Brasil andam em média 2 mil quilômetros até os portos. É uma distância muito grande, com perdas de produto durante o caminho”, observa Thiago Péra, da Esalqlog.

Embora esses custos tenham diminuído na comparação anual, o preço da soja caiu ainda mais. Por isso, a participação do custo logístico no custo total de aquisição do grão pelos importadores asiáticos e europeus acabou sendo maior em 2023 do que em 2022, acrescenta o pesquisador.

Para os chineses, o custo logístico da soja originada em Mato Grosso, pelo porto de Santos, passou de 19,7% do total do valor pago em 2022, para 23,5% em 2023. Pelo porto de Barcarena, a participação do frete aumentou 3,6 pontos percentuais, para 22,9% do total.

O mesmo fenômeno ocorreu para os europeus. A participação do frete da soja levada de Mato Grosso à Europa pelo porto de Santos aumentou até 4 pontos percentuais, alcançando 22% do custo total da soja exportada ao continente em 2023. “O menor preço da soja eleva percentualmente a participação da logística, mas os compradores gastaram menos no geral”, diz Péra.

Apesar da acomodação recente, projeções indicam que os custos do frete tendem a subir no longo prazo, já que falta armazenagem para aliviar a pressão das safras de grãos crescentes, como indicou o banco holandês Rabobank em relatório recente.
Por Fernanda Pressinott --- São Paulo
Fonte: Globo Rural
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