União Nacional da Bioenergia

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Cocal conclui investimentos em biometano e energia solar
Em abril, a companhia pôs em operação sua primeira planta de energia solar, e em julho, planeja inaugurar a segunda planta de biometano
Publicado em 08/05/2025 às 09h16
Foto Notícia
Uma das principais sócias da Copersucar, a companhia sucroalcooleira Cocal está dando novos passos neste ano para a diversificação da oferta de energias renováveis. Em abril, a companhia pôs em operação sua primeira planta de energia solar, e em julho, planeja inaugurar a segunda planta de biometano. Os dois investimentos somaram R$ 241 milhões.

A estratégia, segundo André Gustavo Alves da Silva, diretor comercial de novos produtos da companhia, faz parte da aposta em negócios além da cana-de-açúcar. “De 2017 a 2022, nosso foco era maximizar o potencial energético da cana. Foi aí que começaram os novos negócios de levedura, biogás, CO2 industrial. Quando fechamos esse ciclo, percebemos que poderíamos combinar o potencial da cana com outros ecossistemas”.

A planta de biometano foi construída em Paraguaçu Paulista (SP) como uma extensão da indústria de biogás, que utiliza a biodigestão da vinhaça e da torta de filtro da usina de cana para a geração de energia elétrica. Com a nova etapa, a unidade terá à disposição a molécula pura de metano para vender ou usar em suas operações.

O investimento na unidade de biometano foi de R$ 216 milhões, com 100% dos recursos vindos do Fundo Clima, do BNDES. A unidade terá capacidade para produzir até 60 mil metros cúbicos de biometano por dia. A tecnologia de purificação do biogás é da Geo bio gas&carbono, que tem uma participação minoritária no negócio de 5%.

A Cocal apresentou oferta de biometano na chamada pública realizada pela Petrobras no início do ano. A petrolífera fez o movimento para se preparar para o novo marco regulatório do biometano, que entra em vigor em 2026. Pela lei do Combustível do Futuro, os produtores e importadores de gás natural devem começar a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 1% em 2026 com o uso de biometano, um percentual que deve crescer ao longo dos anos.

A definição percentual de 2026 ainda está pendente de decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A Petrobras deverá ser a maior compradora de biometano por ter a maior fatia do mercado de gás natural.

O prazo para a apresentação de ofertas à Petrobras já se encerrou. O processo competitivo ainda está em curso, e a previsão é que a estatal faça as negociações com os ofertantes neste mês. Segundo Silva, da Cocal, a companhia sucroalcooleira fez ofertas para os anos de 2026 a 2029. “Fomos um dos poucos players que fizeram oferta para 2026”, disse ele. Os dados das ofertas não são públicos.

Silva não entrou em detalhes sobre a oferta apresentada, mas disse que a Cocal ofertou tanto o biometano como seu atributo verde isolado – o que é previsto pela lei do Combustível do Futuro. No caso da oferta do atributo verde, o “valor ambiental” do biometano pode ser vendido em separado à molécula, de forma que o metano em si poderá ser vendido a consumidores locais como se fosse um gás natural convencional, de origem fóssil.

Mesmo que não houvesse a demanda garantida pela lei Combustível do Futuro, a Cocal ainda encontraria mercado para seu biometano, assegura o executivo. “O mercado está muito mais demandante do que ofertante”.

Segundo Silva, a companhia já está utilizando o biometano produzido em sua primeira planta em Narandiba (SP) para abastecer máquinas a gás, substituindo o diesel. Atualmente, o biometano já abastece 35 equipamentos da Cocal. Dos 30 milhões de litros de diesel que a usina usa em sua frota todo ano, 2 milhões de litros já estão sendo substituídos pelo biometano produzido em Narandiba.

O uso do biometano na frota, porém, tem limites por causa da dificuldade de abastecimento das máquinas em campo – principalmente em relação à segurança da operação. Para isso, a Cocal tem parceria com a fabricante de motores MWM para fazer o “retrofit” de motores de tratores a diesel para etanol.

O biometano que não encontrar espaço no uso da frota própria poderá ser vendido para a indústria.

O potencial mais promissor, porém, é de que a planta de biometano da Cocal sirva de apoio para a construção de uma fábrica de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), estudada dentro de uma parceria entre a Copersucar Geo bio gas&carbon. Por ser a única usina associada da Copersucar com produção de biometano, a Cocal é a candidata “natural” a entrar na empreitada.

O projeto de SAF a biometano ainda está em fase de pesquisa. “A dificuldade é converter a tecnologia europeia em tecnologia nacional”, afirmou o executivo. A joint venture formada entre a Copersucar e a Geo prevê o uso do método Fischer–Tropsch (FT) de conversão de gases em líquidos.
Camila Souza Ramos
Fonte: Cocal
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