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Economia

Governo federal anuncia linha de crédito "versátil" na Agrishow 2024
Montante de recursos pode atingir R$ 80 bilhões, que serão destinados para crédito, seguro e armazenagem
Publicado em 29/04/2024 às 08h51
Foto Notícia
Governo anuncia recursos para o setor durante a Agrishow 2024 --- Foto: Divulgação/Agrishow

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, anunciou durante a abertura da Agrishow 2024, neste domingo (28/4), que o governo federal deve destinar cerca de R$ 80 bilhões para crédito, seguro e armazenagem no agro por meio de bancos e órgãos federais. A 29ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação é considerada a maior do tipo a céu aberto no mundo e costuma servir de palco tanto para os lançamentos do setor quanto para políticas públicas de incentivo ao agronegócio.

As verbas federais deste ano serão destinadas por meio dos orçamentos dos ministérios da Agricultura, da Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI), da Agricultura Familiar e, claro, do Desenvolvimento. Depois de lançar uma linha com adesão recorde em 2023 no mesmo evento (dolarizada para reduzir juros para quem recebe em moeda estrangeira), o governo federal este ano vai disponibilizar recursos mais versáteis.

Entre as novidades, Alckmin destacou a nova Lei de Depreciação Super Acelerada, medida federal em trâmite que vai passar a depreciar maquinários agrícolas em 2 anos em vez de 15 anos como forma de estimular a compra de equipamentos mais atualizados. “Vai diminuir o imposto de renda da pessoa jurídica e o imposto sobre o lucro líquido para quem trocar máquinas. O produtor vai ganhar em produtividade e teremos inovação para toda agricultura”, disse Alckmin.

O vice-presidente também anunciou a criação da nova Letra de Crédito para Desenvolvimento (LCD), que deve contribuir com a liberação de recursos com juros de 1% a 1,5% menores que os praticados.

Alckmin e Favaro falam em redução de juros, ajuda a produtor endividado e desburocratização do agro para retomar exportações — Foto: Divulgação/Agrishow

Quanto à nova linha de crédito 2024 para a Agrishow, titular da Agricultura, Carlos Fávaro, declarou que a proposta é disponibilizar recursos também para agricultores que estão com dificuldades e correndo risco de inadimplência, de forma a evitar um problema em cadeia.

“Está sendo uma safra difícil por causa das mudanças climáticas. Essa linha lançada vai muito além do que você pode buscar do seu revendedor, da sua cooperativa. Será para recuperar o capital de giro ou continuar investindo, fazendo esse setor cada vez mais forte e eficiente”, afirma o ministro.

Queda dos juros e desoneração verde

Fávaro apontou que o governo federal, a pedido do presidente Lula, tem como meta reduzir o endividamento e as taxas de juros também para o universo do agro, base de extrema importância na economia nacional.

“Em 2023 a taxa de juros em julho foi de 14% ao ano, as piores taxas, as mais caras da história, porque a inflação mostrou declínio e era uma taxa de 10% de juros real. Este ano, vamos buscar taxas menores, dizer para o agricultor: agora é hora de investir. Esta Agrishow é um marco para comprar equipamento e melhorar a produtividade”, pontuou Fávaro.

A desoneração dos combustíveis verdes é outra vertente que foi defendida no evento. O ministro classificou como “predatória” a política de impostos similares para combustíveis fósseis e renováveis e anunciou que o biodiesel e o etanol devem cada vez mais estar presentes nas políticas sustentáveis e de desoneração verde do país.

Outro desafio tem sido reconectar o Brasil com o mundo. “O resultado disso começa a aparecer. Abrimos para o agronegócio brasileiro 109 mercados e oportunidades novas em 50 países”, disse Fávaro.

Alckmin, por sua vez, lembrou que já está no Congresso medida provisória que vai destinar R$ 3 bilhões em crédito financeiro para mobilidade verde, descarbonização e inovação e que a indústria automotiva já sinalizou investimento de R$ 130 bilhões no país no segmento de híbridos até 2028.

Aumento da mecanização

João Carlos Marchesan, presidente da Agrishow, destacou o desenvolvimento econômico e social do país priorizados pelo governo como pontos positivos também para o agro. Marchesan afirmou que o próximo Plano Safra já está sendo discutido com o setor agro e deve focar na agricultura familiar.

De acordo com o presidente da feira, 80% das máquinas brasileiras têm hoje de 10 a 15 anos de idade e precisam de atualização. A meta é disponibilizar meios aos pequenos produtores de fazer a automação do solo ao armazenamento para movimentar a indústria e também aumentar a produtividade e diminuir os riscos nas safras.

“Temos mais 250 mil agricultores familiares e pouco mais de 1800 fabricantes dos mais variados tipos de bens no mercado nacional. Juntos podemos promover o progresso econômico e social em todas as regiões”, afirmou Marchesan.

Paulo Vieira, ministro da Agricultura Familiar, confirmou a fala de Marchesan de que a meta é de 18% para 75% a mecanização nas propriedades e agronegócios familiares.

A ministra Luciana Silva, Ciência, Tecnologia e Inovação, também esteve no evento e disse que 12,6% dos recursos da Pasta estão voltados para o setor agrícola, sendo metade disso revertido em crédito. “São parcerias que buscam fomentar cooperativas para inovar e melhorar produtividade”, disse Silva.

A ministra também frisou que as taxas para esses projetos é de 2,3% e que as carências para pagamento variam de 48 meses a 192 meses conforme o perfil do projeto.

São Paulo

Tarcisio de Freitas, governador de São Paulo, confirmou presença no evento deste domingo (28), mas desmarcou. Ele foi representado pelo secretário de Estado de Agricultura, Guilherme Piai Silva Filizzola, entre outros secretários.

Filizzola destacou o compromisso São Paulo em bater recordes e que houve 1º trimestre uma alta de 23% nas exportações do Estado.

O governo paulista vai liberar R$ 500 milhões para o agro pelo “Plano Safra Estadual” e destinar R$ 100 milhões para o seguro agrícola do Estado.
 
Por Danielle Castro --- Para a Globo Rural, de Ribeirão Preto (SP)
Fonte: Globo Rural
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