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A estória do Sr. Eurípedes Donizete Morais, operador de máquinas da Santa Vitória Açúcar e Álcool (SVAA), se repete em milhares de famílias do nosso Brasil. Aos 9 anos de idade, parou de estudar por falta de recursos e oportunidades. Hoje, com 55 anos, voltou a estudar de onde parou (2ª série do Ensino Fundamental) e é destaque em uma das turmas do EJA EaD (Educação de Jovens e Adultos na modalidade à distância), projeto do SESI/SENAI, em parceria com a Prefeitura de Santa Vitória e a SVAA.

Para contribuir com o crescimento profissional dos colaboradores de baixa escolaridade, a SVAA buscou parcerias que dariam certo e se encaixassem no dia-a-dia dessas pessoas, dando oportunidade de voltar às aulas e completar os estudos inacabados. O EJA EaD foi uma alternativa efetiva que além de contemplar colaboradores da usina, se estende também para seus dependentes. "Parei de estudar bem nova, na época não tinha maturidade para entender a importância dos estudos. Hoje, com duas filhas e uma casa para cuidar, também não via possibilidade de voltar. Até que surgiu essa oportunidade. O ensino EaD abriu novamente essa porta para mim, e hoje estou muito satisfeita em poder terminar meus estudos e conseguir ver um novo horizonte para minha vida", retrata Natália Eduarda Santos, filha de motorista da SVAA.

O projeto implementado pelo setor de Desenvolvimento Organizacional da SVAA, contempla, atualmente, mais de 100 alunos. As aulas tiveram início em fevereiro de 2017 e novas inscrições já estão abertas para a criação de novas turmas. "Sabemos que a concorrência no mercado de trabalho é acirrada e que as empresas buscam profissionais cada vez mais qualificados para ocuparem as vagas, e na SVAA não é diferente. Nesse sentido, vislumbramos nesse projeto a possibilidade de apoiar a aprendizagem e crescimento dos profissionais em suas carreiras, agregando, assim, valores para eles e para a organização", comenta Lara Franco, supervisora de Desenvolvimento Organizacional da SVAA.

Voltar a estudar depois de muitos anos e conciliar esse esforço com trabalho e família é uma tarefa árdua. Ciente dessa dificuldade, a professora Tathiana de Cássia Nunes, explica que o importante é que esses alunos estejam motivados. "Procuro entender o mundo, a história e a vivência anterior de cada aluno para poder trabalhar de acordo com a possibilidade de todos. E tem dado certo. Tenho tido resultados positivos com pessoas que chegam aqui motivadas a crescer cada vez mais".

Para o ajudante geral agrícola, Gilvan Alves dos Santos, o retorno aos estudos já tem gerado frutos. "Como morava na fazenda e tinha dificuldades em frequentar a escola, parei de estudar muito cedo. Antes de voltar, tinha problemas em entender os comunicados e informativos da empresa e não conseguia ajudar minhas filhas com as tarefas da escola. Hoje, já sinto diferença e me sinto mais confiante. Acredito que sem essa oportunidade, seria impossível voltar a estudar".