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O grande teatro do pragmatismo macroeconômico e geopolítico da Índia e seus subsídios
Publicado em 01/12/2020 às 11h31
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Séries de reuniões no país formam uma cortina de fumaça para diminuir a pressão sobre o governo e o setor produtivo local; Fundamentos amplos de oferta mantêm a necessidade interna de suporte ao setor

O mês de novembro foi muito peculiar sobre o setor de açúcar pela ausência do anúncio sobre a renovação dos subsídios ao setor produtivo da Índia. Mesmo após o término das eleições locais o anúncio ainda não foi feito, o que tomar mais emblemática a situação dos tão famosos subsídios da Índia. Além da já tradicional pressão e do lobby que o setor produtivo exerce junto ao governo, temos também um novo "teatro" exercido pela ISMA assim como por parte de agentes do ministério da economia os quais argumentam que o setor local deve buscar a auto suficiência. Em tese o discurso é bonito e encontra respaldo na obviedade da metodologia do próprio sistema liberal da sociedade capitalista ocidental. Porém, como todos sabem, na Índia o setor político é intimamente ligado as centenas de cooperativas e entidades representativas de classe de menor porte que se espalham sobre as amplas regiões produtoras do país.

Logo, a perspectiva de adoção prática de um discurso mais voltado ao senso comum de capitalismo de mercado ocidental tende a ser mais um aceno as pressões da OMC do que um pivô mais assertivo em direção á um sistema de comércio mais clássico aos padrões liberais do século XXI. É interessante abrir um parêntese aqui sob o fato das tensões geopolíticas entre a Índia e a China por conta de um pequeno território situado ao norte, próximo ao Himalaia. Já são inúmeros os confrontos localizados nesta região envolvendo até mortes. Neste sentido, um maior alinhamento da Índia junto ao sistema ocidental a colocaria em posição de vantagem contra a China, ao menos no palco das relações diplomáticas internacionais, que no fundo é outro grande teatro exercido pelas grandes potencias internacionais, onde fala mais alto quem tem o tacape maior, ou no caso, a arma nuclear mais potente.

Este pode ser um dos motivos pelo qual a Índia tem se preocupado [pelo menos no discurso] a se posicionar mais em linha com a visão ocidental de ver o mundo dos negócios nesta fase atual da conjuntura macro e político internacional. Mas não se enganem, o natal ainda está muito longe! Graficamente Março/21 se coloca já abaixo do ponto de equilíbrio do canal lateral em curso [suporte em US$/cents 14,38, resistência em US$/cents 15,00 e ponto de equilíbrio em US$/cents 14,68], o que o alinha junto a Banda Inferior de Bollinger e o coloca em rota de teste do suporte da referida tendência lateral. Além disso, perdido estes níveis, o próximo ponto de ancoragem é a Média Móvel Exponencial de 100 dias que atualmente aponta para o preço de US$/cents 13,91 a ser buscada ao longo de dezembro. A definição dos subsídios da Índia neste meio tempo deve reafirmar mais esta tendência.
Mauricio Muruci
Analista pela Safras & Mercado, atua há 12 anos em análise econômica e de mercados agrícolas. Graduando em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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