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Açúcar segue se fortalecendo no mercado físico
Modelos climáticos mostram agravamento da seca sobre as regiões produtoras do Centro-Sul, colocando cristal sob nova perspectiva de alta sobre os próximos meses; Mercado interno segue com demanda aquecida fortalecendo valorizações
Publicado em 03/06/2021 às 10h01
Foto Notícia
Os dados mais recentes de médias mensais de preços sobre o açúcar cristal com até 150 Icumsa praticados no mercado físico brasileiro, na média do interior de São Paulo, e relativos ao mês de maio, mostraram valorizações mais intensas que o inicialmente estimado para o período. Ainda em abril, SAFRAS & Mercado já alertava que níveis entre R$ 115 a R$ 120 deveriam ser buscados pelo cristal ao longo dos próximos meses. De fato, isto é o que vem ocorrendo no mercado com a média de negociação do cristal saindo de R$ 106 para R$ 114 reais a saca. O pivô para a intensificação do movimento de alta é a seca sobre as regiões produtoras de cana do Centro-Sul do Brasil a qual deve se agravar durante os meses de junho e julho.

Ainda no fim de maio a SAFRAS & Mercado alertou em relatório sobre a intensificação do déficit hídrico nas regiões produtoras sobre os meses de junho a julho. Este movimento de risco climático intensifica ainda mais os danos sobre os canaviais reduzindo a disponibilidade de cana para a produção de derivados. Como as usinas se encontram acentuadamente fixadas em VHP ao mesmo tempo em que um novo viés de alta se desenvolve sobre o hidratado, o cristal acaba sofrendo o impacto da concorrência com os demais derivados pela cana. Na ponta da demanda, a tendência segue a de alta entre as indústrias processadoras, o que coloca ainda maior pressão de positiva sobre os preços do cristal.

Neste contexto, analisando o comparativo histórico com dados já deflacionados, observamos que, em maio, o preço médio de negociação da saca de 50 kg de açúcar com até 150 Icumsa com base em Ribeirão Preto fora de R$ 114,95. Em comparação com o mesmo mês do ano anterior houve uma alta de 45,76% frente a média de R$ 78,86 a saca, já deflacionada. Apesar dos ganhos anuais fortes, na margem houve uma valorização na faixa de 7,70%, quando comparamos com a média de negociação de R$ 106,73 observada em abril de 2021. Ampliando a ótica de análise, vemos que o preço médio de maio deste ano se mostra 39,42% acima da média de preço para este período durante os últimos cinco anos, já deflacionada, que atualmente oscila ao redor de R$ 82,45.

No mês anterior os preços correntes haviam se mostrado 32,42% acima da média dos últimos cinco anos para o período que, até então, oscilava em R$ 80,60. Com isso, a média de preço dos últimos cinco anos entre abril e maio apresentou uma valorização de 2,29%, contrastando fortemente com o avanço observado na margem onde os preços correntes apresentaram uma alta de 7,70%. Com isto podemos interpretar que houve um distanciamento positivo da linha de preço em comparação com a média histórica praticados em abril embora a média histórica também tenha avançado no curto prazo. Para o mês de maio a expectativa da SAFRAS & Mercado era de preços ao redor de R$ 112,00, que se posicionou 2,56% abaixo da média de preços efetiva do período em R$ 114,95. Já para o mês de maio a expectativa da SAFRAS & Mercado é de preços médios ao redor de R$ 118,00, que deve significar uma alta anual de 47%, um avanço na margem de 2,66% junto a um posicionamento 43% acima da média de preços dos últimos cinco anos para o mesmo período.

Mauricio Muruci
Analista pela Safras & Mercado, atua há 12 anos em análise econômica e de mercados agrícolas. Graduando em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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