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Agência UDOP

Reuters aponta possível alta de 30% nos preços do açúcar bruto em 2021; Contratos futuros fecham em baixa
Publicado em 23/08/2021 às 08h05
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Uma pesquisa encomendada pela Agência Reuters apontou para uma possível alta, em 2021, nos preços do açúcar bruto, na ordem de 30%. A valorização levaria em conta, dentre outros fatores, a baixa produção da commodity em importantes players mundiais, como o Brasil, que enfrenta uma severa crise climática, com seca recorde em importantes regiões produtoras da cana-de-açúcar, além de fenômenos adversos, como geadas sucessivas em algumas áreas.

Na sexta-feira (20) o açúcar bruto fechou em baixa na ICE, de Nova York. Os contratos com vencimento outubro/21 foram contratados a 19,58 centavos de dólar por libra-peso, recuo de 21 pontos, ou 1,1%, no comparativo com os preços da véspera. Já a tela março/22 desvalorizou 16 pontos, negociada a 20,25 cts/lb. Os demais contratos caíram entre 10 e 20 pontos.

Segundo a Reuters, operadores disseram que o mercado estava sofrendo um revés de curto prazo depois de subir para uma máxima de quatro anos e meio de 20,37 centavos de dólar na terça-feira, "mas permaneceu sustentado por perspectiva de baixa produção no centro-sul do Brasil nesta temporada".

Açúcar branco

Em Londres a sexta-feira também foi de baixa em todos os lotes do açúcar branco. No vencimento outubro/21 a commodity foi contratada a US$ 483,50 a tonelada, recuo 11 dólares no comparativo com o dia anterior. Os demais lotes recuaram entre 1,50 e 8,10 dólares.

Açúcar cristal

No mercado doméstico a sexta-feira também foi de baixa no açúcar cristal medido pelo Indicador Cepea/Esalq, da USP. A saca de 50 quilos foi negociada a R$ 133,41, contra R$ 133,91 da véspera, desvalorização de 0,37% no comparativo.

Análise

Em sua análise semanal dos preços do açúcar, o diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa destacou que "ninguém quer açúcar para entrega física em outubro e aqueles que estão posicionados na compra/recebimento apressam-se em liquidar a posição ou rolar os futuros para o vencimento seguinte na esperança de dias melhores".


Segundo Corrêa, um mercado que propagandeia uma safra reduzida de cana e o perigo de faltar açúcar, como pode explicar um spread tão fraco? Mercados com crítico problema de disponibilidade tendem a se inverter. No caso nosso, as peças não se encaixam. Mas a gente assiste a tudo sem entender nada.

"Traders experientes apontam que a questão é um pouco mais complexa do que simplesmente olhar os números frios do spread. Os altos preços do frete internacional -- dizem - distorcem o basis (o valor do açúcar no mercado físico menos o preço dele no mercado futuro) e reduzem (quando não extinguem) a margem de lucro das tradings, que tentam empurrar o recebimento de açúcar que seria entregue agora pelas usinas para 3-4 meses adiante, mesmo que pagando prêmio (ouvimos 45-50 pontos no mercado) para isso", destaca o diretor da Archer.

Outro ponto destacado por Arnaldo Luiz Corrêa é o por que sobe tanto o preço do açúcar no mercado futuro? "Bem, os fundos aumentaram ainda mais a posição comprada e pelo número divulgado na sexta-feira pelo CFTC (Commodity Futures Trading Commission), agência independente do governo dos Estados Unidos, que regula os mercados de futuros e opções das commodities, com base na terça passada em relação a anterior, eles adicionaram 7,600 lotes, ampliando a posição total para 256,600 lotes comprados (equivalentes a mais de 13 milhões de toneladas de açúcar)".

"O mercado global está fugindo do risco: a China apresenta desaceleração (crescimento de 8.5% contra 8.7% há um mês), aumenta a preocupação da variante delta da covid-19 em vários países (hospitalização em Israel subiu ao nível de março), diminui o apetite dos bancos centrais para injetar mais dinheiro nas economias. Mas, o açúcar em NY continua em alta. Vai entender", pontua o economista.
Rogério Mian
Fonte: Agência UDOP de Notícias
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