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Açúcar avança 4,5% durante novembro em Nova York - Por: Mauricio Muruci
Carregamento estatístico de 2021 segue exercendo pressão sobre os preços de 2022 em Nova York; Formação de hedge por parte de usinas e exportadoras da Índia elevam exponencialmente preços em novembro
Publicado em 08/12/2022 às 14h55
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O mercado internacional de açúcar teve um mês de novembro marcado por fortes valorizações sobre o atual driver da bolsa de Nova York Março/23. Este teve dois episódios de um movimento gráfico conhecido como Alta em Solavanco que acabou impulsionando as cotações de Março/23 para níveis acima dos 20 cents nas máximas do mês. Muito deste movimento ocorreu em função de compras de posições vendidas em futuros diante da necessidade de formação de hedge por parte de usinas e exportadoras da Índia que se encontram suas primeiras quinzenas da safra nova 2022/23. Apesar de uma leitura ainda conservadora da Secretaria de Agricultura dos Estados Unidos [USDA] e da Indian Sugar Mills Association [ISMA] a SAFRAS & Mercado alerta que o país se encaminha para uma segunda temporada de recorde produtivo na safra corrente.

Logo, todo o movimento de alta incidente sobre os futuros em Nova York durante novembro deve ser corrigido entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, quando a safra corrente da Índia estará em seu ápice produtivo e com níveis elevados de oferta interna e exportações. Neste meio tempo, a entressafra do Centro-Sul do Brasil estará finalizando a sua primeira metade com volumes elevados de chuvas. Os mapas de clima mostram volumes previstos entre 230 a 260 mm sobre dezembro e janeiro, o que reforçará ainda mais a expectativa de ampliação da oferta na nova temporada 2023/24 do Centro-Sul. A SAFRAS & Mercado estima uma moagem de 565 milhões de toneladas de cana na safra futura 2023/24 contra 545 milhões de toneladas da safra corrente 2022/23.

Com isto, os ganhos que se observam sobre as médias de preço da cotação do driver em Nova York em novembro devem ser revertidos em dezembro e janeiro pela sobreposição de todos estes vetores. Logo, a média mensal de novembro em US$/cents 19,37 deve cair novamente para níveis de US$ 18,00 nos próximos meses. Com isto, padrões de quedas de dois dígitos no comparativo anual devem ser novamente observados, apesar de uma breve desaceleração destes níveis de baixa vistos em outubro e novembro. Além disso a evolução na margem [frente ao mês imediatamente anterior] deve voltar a ser negativa, ao contrário dos dois avanços respectivos de 4% que se observam em outubro e novembro.

Mauricio Muruci

Analista pela Safras & Mercado, atua há 12 anos em análise econômica e de mercados agrícolas. Graduando em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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