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Diferencial do hidratado aumenta de 13% para 18% em dezembro - Por: Mauricio Muruci
Redução no Basis em Santos limitou avanço da vantagem do açúcar em Nova York assim como recuo do preço médio do Cbios de novembro para dezembro; Perspectiva para janeiro é de ampliação dos descontos do hidratado de 18% para 19%
Publicado em 02/01/2023 às 16h44
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O mês de dezembro foi um período de ampliação do diferencial entre os preços do hidratado [negociado no mercado físico com base em Ribeirão Preto] frente as cotações do açúcar bruto em Nova York, com base no atual driver Março/23, ambos cotados em centavos de dólar por libra-peso dentro da usina, já com o acréscimo do basis no porto de Santos e o preço médio do Cbios no período. Este de diferencial acabou ficando em -18,09% para o hidratado na média de dezembro contra um desconto médio de -13,46% visto em novembro. Em novembro a expectativa da SAFRAS & Mercado era de desconto médio de -14,20%, o qual acabou se posicionando 3,89 pontos porcentuais acima dos dados efetivos do período em -18,09%.

Já para janeiro a expectativa da SAFRAS & Mercado é de um desconto de 19,19% com base em ganhos mais altos a serem observados no açúcar [que deve avançar de US$/cents 20,07 para US$/cents 20,40] do que no etanol hidratado em Ribeirão Preto [o qual deve passar de R$ 3,06 para R$ 3,10 o litro]. Estas expectativas levam em conta uma média do dólar mais fraco passando de R$ 5,25 para R$ 5,28 entre dezembro e janeiro com níveis relativamente estáveis tanto para o basis [US$/cents 0,75] quanto para o preço médio do Cbios [ao redor de R$ 92,00 o contrato]. Estes dois vetores devem ter pouca alteração diante do período de entressafra que se intensifica em janeiro, reduzindo os volumes de operações. Ainda assim a SAFRAS & Mercado alerta que permanece a tendência de baixa para o Cbios ao longo do primeiro trimestre de 2023, com o governo devendo manter certo alívio quanto a pressão por cumprimento das metas por parte das distribuidoras em função de pressões inflacionárias que já existirão pela elevação tributária dos combustíveis.

De volta aos dados de dezembro foi possível observar que o nível de deságio do hidratado teve um crescimento forte de 4,63 pontos porcentuais ao sair de -13,46% para -18,09% de novembro para dezembro. Este movimento ocorreu em função de perdas no hidratado no mercado físico [-2,72%] em meio a ganhos no açúcar bruto em Nova York para o atual driver Março/23 [ 3,52%]. Apesar das perdas do etanol, a valorização do real frente ao dólar na faixa de 0,40% acabou neutralizando parte da pressão de baixa que o hidratado teve quando convertido para centavos de dólar por libra-peso a qual acabou saindo de -2,72% para -2,55%. Ainda assim perdas nos preços médios do Bbios entre novembro e dezembro [-6,94%] reduziram parte do acréscimo de remuneração do hidratado com as negociações médias por contrato saindo de R$ 100,92 para R$ 99,92 por Cbio.

O açúcar também se mostrou prejudicado pela queda de 18,96% no Basis médio pago em Santos para os embarques imediatos do açúcar que saíram de prêmios médios de US$/cents 0,86 para prêmios de US$/cents 0,70 entre novembro e dezembro. Neste sentido o hidratado teve uma gama maior de vetores negativos do que o açúcar. Apesar disto a SAFRAS & Mercado alerta que o aprofundamento da entressafra não deve resultar em prêmios mais elevados pagos para o Basis em Santos. Isto porque, em um primeiro momento, a originação internacional deverá seguir focada na Ásia ao longo do primeiro semestre de 2023, principalmente na Índia e na Tailândia [ainda que este país tenha uma safra frustrada na atual temporada 2023/24]. Depois disto o segundo trimestre deverá ser marcado por avanço produtivo no Brasil que, vindo de uma entressafra chuvosa, deverá ter crescimento na oferta de cana para a próxima safra 2023/24.

Mauricio Muruci

Analista pela Safras & Mercado, atua há 12 anos em análise econômica e de mercados agrícolas. Graduando em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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