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Açúcar avança 6% no ano durante janeiro em Nova York - Por: Mauricio Muruci
Mercado se mostra fragilizado com proximidade da safra nova 2023/24 do Centro-Sul do Brasil em meio a frustração com anúncios de exportação por parte da Índia; Perspectiva macroeconômica internacional se mostra confusa para 2023.
Publicado em 02/02/2023 às 14h20
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O mercado de açúcar teve um mês de janeiro marcado por quedas de curto prazo mas avanços importantes no longo. A média mensal de cotações na faixa dos US$/cents 19,60 se mostrou 1,90% mais baixa que a vista em dezembro de 2022 porém 6,08% mais alta que o visto no mesmo momento do ano passado. A fragilidade mensal acontece diante da perspectiva de uma safra nova 2023/24 mais elevada no Centro-Sul. A expectativa da SAFRAS & Mercado é de uma oferta maior em 20 milhões de toneladas ao sair de 545 para 565 milhões de toneladas. A perspectiva de uma safra maior de cana também é reforçada por problemas relacionados ao mercado de etanol esperados para o ano de 2023, que devem promover uma desconcentração do mix de produção do biocombustível para o açúcar, elevando ainda mais a oferta do mesmo e pressionando as suas cotações.

Recentemente, no fim de janeiro, houve um ajuste de alta de 7,42% nos preços da gasolina promovidos pela Petrobras. Porém este anúncio foi feito ainda sob a gestão de um conselho de administração formado sob o governo anterior. Logo, mesmo frente a um recente ajuste de alta nos preços da gasolina, não há garantias de que esta postura de busca com a paridade nos preços internacionais seja mantida pela nova diretoria e nova presidência da estatal ao longo deste ano. Isto pode reverter o otimismo inicial que o mercado tem tido com este recente movimento de alta na gasolina, o qual abriu grande caminho para novas elevações nos preços do etanol hidratado e possíveis reduções no mix do açúcar para a safra nova.

Esta incerteza também deve limitar a exposição de agentes internacionais junto aos contratos futuros de açúcar ao longo de 2023. Além disso há uma divergência de vetores na conjuntura macroeconômica internacional para este ano que se inicia. Por um lado, temos a China como motor de crescimento econômico aquecido, frente a facilitação das medidas de afastamento social que leva a sinalizações de elevação na demanda por commodities. Por outro lado temos ainda os Estados Unidos em meio a sua política de contração fiscal através de elevação dos juros que visa a redução dos estímulos ao crescimento da economia, o que leva a redução na demanda por commodities e também a redução da exposição a ativos de risco por parte dos investidores internacionais. Logo, os futuros do açúcar se encontram limitados por um lado mas estimulados por outro.

Esta postura mais contracionista dos Estados Unidos é acompanhada de perto pela União Europeia o que deixa o cenário ainda mais incerto. Pelo lado dos fundamentos da commodity ainda há o adiamento dos anúncios de autorizações extras de exportação por parte da Índia, o que ajudou a limitar os preços do açúcar bruto em Nova York ao longo de janeiro mas que podem ser um incentivo a novos ganhos em fevereiro, possível data em que este anúncio deve ser eventualmente realizado. Indicações de exportações extras de açúcar por parte da Índia levam o mercado a adotar uma postura mais compradora visto a necessidade de compras em futuros de açúcar para a formação de hedge para estes volumes extras.

Mauricio Muruci

Analista pela Safras & Mercado, atua há 12 anos em análise econômica e de mercados agrícolas. Graduando em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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