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Combustíveis Fósseis

Combustível da estatal está mais barato que no exterior
Publicado em 22/03/2024 às 15h11
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Após mais de sete meses sem elevar os preços da gasolina e cinco meses sem subir o diesel, a Petrobras tem operado com preços defasados. Especialistas ouvidos pelo Valor apontam que os preços dos combustíveis da estatal estão abaixo da paridade de importação (PPI) conforme a cotação do petróleo avança. Os especialistas consultados apontam para defasagem de dois dígitos para a gasolina.

O último reajuste feito pela Petrobras na gasolina foi em outubro, quando cortou os preços em 4,09%. No diesel, foi em dezembro, com corte de 7,85%. Em 2023, a estatal fez nove mudanças no diesel, sendo sete reduções e dois aumentos. Na gasolina, foram sete movimentos, sendo cinco quedas e duas altas de preços.

Na terça (19), o Brent tocou o maior nível em mais de quatro meses, aos US$ 87,38, pelo receio sobre os ataques ucranianos a refinarias russas. Nesta quinta, com a realização de lucros, a commodity caiu 0,16%, aos US$ 85,24. No ano, o Brent acumula alta de 10,83%

A Petrobras tem se beneficiado do contexto de produção em alta e preços relativamente estáveis. Em maio de 2023, a nova gestão da estatal anunciou nova política de formação de preços dos combustíveis, que ainda não foi testada em uma conjuntura de alta do petróleo.

O consultor de gerenciamento de riscos da StoneX, Thiago Vetter, avalia que tanto o diesel quanto a gasolina da Petrobras operam em defasagem em relação ao PPI há um período longo, desde 19 de janeiro para o diesel e 7 de fevereiro para a gasolina: “Nos aumentos de preços desde que foi lançada a nova estratégia da companhia, nota-se que tanto para a gasolina quanto para o diesel os reajustes ocorreram quando havia defasagem por pelo menos 28 dias úteis e no máximo 45 dias úteis. Considerando que a gasolina está com defasagem há 29 dias úteis e o diesel há 44 dias úteis, é esperado que haja reajuste de preços, considerando comportamento passado da Petrobras.”

Para a StoneX, a gasolina da Petrobras está R$ 0,33 por litro abaixo do PPI, cerca de 11,9%, conforme o fechamento de quinta-feira, e o diesel, R$ 0,19 por litro, 5,3%. O Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) calcula que a gasolina tem defasagem de R$ 0,82 por litro, 22,7%, e o diesel, R$ 0,18 por litro, 4,9%. Para a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem da gasolina está em média R$ 0,60 por litro, 18%. O diesel, R$ 0,35 por litro, 9%. Sergio Araujo, presidente da Abicom, diz que “tecnicamente passou o momento de anúncio de aumento dos preços [pela estatal].”

O Itaú BBA calcula o preço da gasolina da Petrobras 17% abaixo do PPI e o diesel, 8% abaixo. No entanto, o banco reforça que, desde que a companhia mudou a política de preços em maio do ano passado, o PPI não é mais a única referência considerada pela estatal.

Desde quando foi implementada a estratégia comercial, a Petrobras considera uma faixa de preço de referência, que tem como limite inferior o valor marginal - espécie de custo de oportunidade - e como limite superior o custo alternativo do cliente - que se aproxima do conceito de PPI -, conforme explica a analista do Itaú BBA, Monique Greco. “Entendemos, portanto, que a Petrobras avaliará a necessidade de ajustes quando os preços se posicionarem fora desta faixa por um período sustentado de tempo, a fim de não repassar a volatilidade para o mercado”, afirma Greco. Procurada, a Petrobras não se posicionou até o fechamento desta edição.
 
Fonte: Valor Econômico
Extraído do Clipping da SCA
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