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Em seu sétimo relatório sobre a safra 2023/24, divulgado nesta quinta-feira (11/4), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) fez poucas alterações no quadro geral de grãos e fibras e cortou em “apenas” 1,5 milhão de toneladas sua estimativa de produção total, para 294,1 milhões de toneladas. O número, se confirmado, representará uma queda de 8%, ou 25,7 milhões de toneladas, em relação ao recorde de 2022/23.

Com uma área estável, estimada em 78,53 milhões de hectares, a quebra se deve, sobretudo, à atuação da forte intensidade do fenômeno El Niño, que em 2023 teve influência negativa desde o início do plantio até as fases de desenvolvimento das lavouras. Isso impactou na produtividade média, que saiu de 4.072 quilos por hectare para 3.744 kg/ha.

Com a fase final da colheita de verão, a Conab confirmou que a safra de soja deve cair 5,2% em relação à temporada passada, para 146,5 milhões de toneladas.

O cultivo de milho verão foi previsto em 23,4 milhões de toneladas, mesmo número do mês passado, mas 14,7% menos que o resultado de 2022/23.

A safra de inverno do cereal, a principal e que deve sofrer por ser semeada fora da janela ideal, foi calculada em 85,6 milhões de toneladas, 1,3 milhão de toneladas menos que o estimado no mês passado e 16,4% abaixo de 2022/23.

De acordo com o Progresso de Safra, publicado pela Conab nesta semana, os trabalhos de colheita da primeira safra do cereal atingiram 51% da área cultivada. Já a semeadura da segunda safra está praticamente finalizada.

Consideradas as três safras de milho, o país deve ter em 2023/24, 110,9 milhões de toneladas, 15,9% menos que na temporada passada.

Apesar dos números para as duas principais culturas do país, a Conab prevê aumento em importantes produtos para o abastecimento interno. No caso do feijão, que possui três ciclos de cultivo dentro da temporada, a expectativa é que some 3,2 milhões de toneladas, 5,8% mais que em 2022/23 e 200 mil toneladas mais que o estimado no mês passado.

A segunda safra da leguminosa deve ter um acréscimo de 18,4% na produção, com uma colheita estimada em 1,5 milhão de toneladas.

No caso do arroz, com a área de plantio estimada em 1,5 milhão de hectares, 4,4% superior à da safra anterior, estima-se uma produção em 10,57 milhões de toneladas, 5,3% acima da obtida no ciclo anterior.

Também com previsão de crescimento, a produção de algodão em pluma deve chegar a 3,6 milhões de toneladas, 13,4% mais que em 2022/23.

A área cultivada da pluma registrou crescimento, passando de 1,7 milhão de hectares para 1,9 milhão de hectares, justificado principalmente pelos altos preços internacionais.

Para o trigo, cujo cultivo ainda é incipiente, a estimativa atual indica uma produção de 9,73 milhões de toneladas, 200 mil toneladas mais que o previsto no mês passado e 20,2% mais que o colhido na safra 2022/23.