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Opinião

O caminho para o protagonismo da sustentabilidade do agro brasileiro, por Rodrigo Rodrigues
Ainda há quem pense que desenvolvimento agrícola e conservação ambiental têm objetivos excludentes
Publicado em 10/04/2024 às 08h28
Foto Notícia
Em meio aos desafios constantes de emergência climática, o tema da sustentabilidade ganha presença cada vez maior na pauta de governos, empresas e da sociedade civil. Situação igual se dá, evidentemente, no agronegócio — setor cujo protagonismo é pertinente e indiscutível, mas que ainda enfrenta os ecos de falsas dicotomias.

Infelizmente, ainda há quem pense que desenvolvimento agrícola e conservação ambiental têm objetivos excludentes, quando, na verdade, as práticas sustentáveis conciliam a produção de alimentos e a preservação dos recursos naturais.

Outra falácia coloca como antagônicos pequenos produtores e latifundiários, como se apenas um fosse capaz de contribuir significativamente para a produção agrícola e o e o progresso rural — só atingido graças a um ecossistema saudável. Enfim, há, até mesmo, quem pense em termos de agro versus meio ambiente, sugerindo que se deva escolher entre dois extremos, como se não existissem inúmeras soluções que promovem o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade.

A verdade é que, ocupando menos de 10% da área do país, o agro brasileiro é um segmento líder em práticas sustentáveis. Mais: somos referência global em agricultura de baixo carbono, que nos permite de duas a três safras anuais sem irrigação e uma pecuária baseada em pastagens. O etanol, nosso biocombustível pioneiro desde os anos 1970, contribui para a matriz energética mais limpa do planeta.

Possuímos o Código Florestal mais moderno do mundo — fiscalização e cumprimento da lei são cruciais para preservar a imagem do agro brasileiro. Mesmo que exista, como em todos os setores, maus exemplos, há de se distinguir os bons dos maus agricultores.

Não apenas para dar clareza sobre o setor, é essencial a adoção de uma comunicação mais eficaz sobre nossas práticas e conquistas. Sob a presidência rotativa do Brasil, temos a oportunidade de protagonizar, nas agendas do G20, debates do agro. E entre eles está justamente uma das pautas prioritárias do Grupo de Trabalho da Agricultura: a sustentabilidade nos sistemas agroalimentares em seus múltiplos aspectos.

Ou seja: este é o momento ideal para avançarmos, especialmente diante da fragilidade da agricultura europeia, que é dependente de subsídios e tem práticas de alto carbono.

Poderia então o Brasil assumir um papel de destaque como potência agroambiental? Com certeza. Com vastas áreas preservadas e uma capacidade de produção sustentável, temos uma força titânica e uma enorme capacidade de equilibrar balanças a nível global. Internamente, o agronegócio representa mais de ¼ do Produto Interno Bruto (PIB) e responde por cerca de 33% dos empregos, sendo um gerador de renda e riqueza significativo, especialmente em regiões mais distantes da costa.

Claro que a jornada rumo à sustentabilidade agrícola é desafiadora, bem como o são a atração, o treinamento e a retenção de talentos, fundamentais para o agro. Mas o Brasil precisa acreditar na capacidade humana de adaptação, melhoria e de se portar com mais maturidade. Com esforço conjunto e compromisso com a ciência, a tecnologia e a inovação, o agronegócio brasileiro cada vez mais será protagonista do caminho para um futuro mais sustentável e próspero.

*Originalmente publicado no Vozes do Agro do portal Globo Rural, leia aqui.
Por Rodrigo Rodrigues
Vice-presidente de agronegócios da Falconi
Fonte: Globo Rural
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