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Diversas

Consumo de aço na América Latina deverá recuar 8% neste ano, prevê Alacero
Publicado em 11/07/2022 às 15h52
Com o Brasil representando pouco mais de um terço do volume, o consumo de aço na América Latina deverá registrar, neste ano, um recuo da ordem de 8%, na média, ante o ano passado. Essa é a expectativa revisada da Alacero, entidade que reúne mais de 60 fabricantes de produtos siderúrgicos na região.

A avaliação, diz Alejandro Wagner, diretor-executivo da Alacero, é que, nos últimos meses, desde o fim de fevereiro, fatores de peso tiveram forte influência sobre as projeções para o ano. Ele cita a guerra da Rússia na Ucrânia, a política de covid zero da China e o temor de recessão mundial, principalmente nos EUA, devido à alta da inflação.

No início de março, a entidade tinha divulgado projeção de queda de 2,1% para este ano, um porcentual que mostrava apenas um leve ajuste no consumo.

Wagner observa que o mercado de aço cresceu muito em 2021, com demanda reprimida, mas principalmente devido à recomposição de estoques nas cadeias de consumo. Durante o auge da pandemia, em 2020, ocorreu profundo desarranjo na produção das siderúrgicas, com paralisação de operações por meses. Isso demandou tempo para que voltassem à normalidade e à acomodação da demanda.

No ano passado, o consumo aparente de produtos siderúrgicos na América Latina atingiu 74,8 milhões de toneladas, 27% sobre o ano anterior.

"Mesmo caindo 8%, ainda vamos ficar com um volume de consumo superior ao de anos anteriores à pandemia (de 2017 a 2019, foram 66 milhões)", afirma Wagner.

Para o próximo ano, segundo o executivo, já será vista uma recuperação, na faixa de 4%, no consumo de aço da região. Depois do Brasil, o México é o grande consumidor de aço, com cerca de 25 milhões de toneladas.

A construção civil lidera o consumo de aço nos países latino-americanos, com 48,3%, seguido pelos setores metal-mecânico (17,1%), automotivo (16,8%), manufatura de produtos metálicos (12,4%), equipamentos elétricos (2,2%), transporte (2%) e bens eletrodomésticos (1,2%).

A produção de aço bruto ficou em 64,6 milhões de toneladas em 2021, alta de 15% sobre volume de 2020. O consumo per capta médio na região foi de 120 kg por habitante. A indústria teve geração de 1,2 milhão de empregos diretos e indiretos.

Investimentos mais focados em eficiência

Segundo Wagner, os impactos da guerra foram mais fortes para a Europa e as sanções à Rússia não surtiram tanto efeito no mercado de aço latino-americano.

Nesse cenário, ele disse que as empresas siderúrgicas da AL vêm buscando oportunidades de exportações - para EUA e Ásia, com preços ainda bons. E também dentro da região.

Desvios de mercado e subsídios, principalmente da China, continuam a ser uma preocupação dos produtores afiliados à Alacero. De 66 ações antidumping abertas na região, 43 foram contra aço de origem chinesa. "Para o médio e longo prazo vemos indícios de melhoras, com a China preocupada em investir mais em aços menos poluentes para demanda interna".

Wagner destaca que, desde o ano passado, neste e em 2023, se observa crescimento nas decisões de investimento na região, voltados principalmente para ganhos de eficiência energética, aços de maior qualidade, redução de impactos ambientais e projetos de descarbonização. "Nossa pegada de carbono é de 1,66 tonelada de CO2 para cada tonelada fabricada, ante média mundial de 1,89 tonelada e das 2,17 toneladas emitidas na China".

Ele destaca que a região é favorecida para se desenvolver energias renováveis (eólica e solar) e cita o Brasil e Argentina, como destaque. Lembra que o gás natural será elemento-chave (de transição), no curto e médio prazos, entre os fósseis e as renováveis.

O futuro, completa Wagner, passará pelas renováveis, a eletrificação, hidrogênio verde e sistemas de captura e armazenamento de carbono.
Fonte: Valor Econômico
Texto extraído do portal Revista Ferroviária
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