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Você sabe o que é veranico?
Com a elevação das temperaturas durante o veranico, meteorologista alerta para os riscos à lavoura, como a escassez de água e o estresse hídrico
Publicado em 08/05/2025 às 14h20
Foto Notícia
Os produtores de soja devem redobrar a atenção diante de um veranico, fenômeno climático caracterizado por períodos anormais de calor e estiagem durante estações tipicamente frias, como o outono e o inverno. Segundo o meteorologista do Canal Rural, Arthur Müller, o veranico se caracteriza pela ausência de chuvas e temperaturas elevadas durante quatro a cinco dias consecutivos, podendo se estender por ainda mais tempo.

”O veranico provoca anomalias de temperatura máxima entre 3°C e 5°C acima da média e, ao contrário de uma onda de calor, que geralmente vem acompanhada de chuvas, o fenômeno se caracteriza pela ausência de precipitação. Sem a umidade necessária, os impactos sobre as plantas e o solo são bastante visíveis, o que afeta as lavouras, comenta Arthur Müller.

Impactos nas lavouras

Nas lavouras de soja, o veranico, também conhecido como ‘verão fora de época’, representa um risco ao desenvolvimento dos trabalhos, especialmente durante as fases críticas de floração e enchimento dos grãos, quando as plantas mais necessitam de umidade no solo. ”A falta de água nesse período reduz o tamanho e o peso dos grãos, comprometendo diretamente a produtividade por hectare”, explica Arthur Müller.

Além da queda na produtividade, o episódio favorece o aparecimento de pragas, como ácaros, e diminui a umidade relativa do ar para níveis abaixo de 30%, o que eleva o risco de incêndios em áreas rurais.

O que os produtores podem fazer durante o veranico?

Para reduzir os impactos do veranico sobre a produção agrícola, há a recomendação de uma série de boas práticas de manejo e planejamento, como:
  • Manter a umidade do solo é essencial para garantir que ele permaneça úmido, especialmente durante as fases críticas de floração e enchimento dos grãos. Quando possível, a irrigação suplementar pode ser uma prática altamente eficaz para evitar a falta de água nas plantas.
  • Optar por cultivares adaptadas à região, com ciclos de maturação variados, ajuda a diversificar os riscos. Essa estratégia aumenta a resistência das lavouras, permitindo que, caso ocorra um veranico, parte da produção se mantenha mais protegida.
  • Realizar um monitoramento constante da umidade do solo é importante para garantir que as plantas não sofram com o estresse hídrico. Em momentos de necessidade, a irrigação suplementar pode ser aplicada para minimizar os impactos negativos, especialmente nas fases mais vulneráveis.
  • Acompanhar frequentemente as previsões meteorológicas permite ajustar o calendário agrícola de forma eficaz. Dessa forma, é possível antecipar eventos climáticos adversos e planejar as atividades agrícolas com maior precisão, adaptando-se às variações climáticas previstas.
Clima ideal e riscos prolongados

A soja se desenvolve de maneira ideal em temperaturas entre 20°C e 30°C. Qualquer variação prolongada fora dessa faixa pode prejudicar o crescimento das plantas e comprometer o rendimento da safra.
Segundo o meteorologista, se o veranico persistir por 30 a 60 dias, já pode ser classificado como seca. E se ultrapassar os 90 a 120 dias, configura-se uma estiagem, o que exige maior atenção por parte dos produtores.

Em meio a fenômenos climáticos como ondas de calor, veranicos, secas e estiagens, a recomendação é clara: o monitoramento constante das condições climáticas, combinado à adoção de práticas agrícolas sustentáveis, é essencial para que os sojicultores minimizem os impactos dessas variações e garantam a saúde de suas lavouras.
Gabriel Almeida e Arthur Müller
Fonte: Canal Rural
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